O terceiro navio do projeto Ocean Revival, a fragata «Hermenegildo Capelo», vai ser afundado ao largo de Portimão no dia 15 de junho. Nos dois navios que foram ao fundo em outubro, já foram feitos desde então, e apesar dos temporais de inverno, mais de 2500 mergulhos, o que é um recorde para a atividade na época baixa turística.
Luís Sá Couto, da empresa Subnauta e membro fundador, com a Câmara de Portimão, da Associação Musubmar, que promove o projeto de incremento do turismo subaquático através do afundamento de quatro antigos navios da Armada Portuguesa, revelou ao Sul Informação que a preparação da fragata «Hermenegildo Capelo» nos estaleiros de uma empresa no estuário do Tejo já chegou ao fim.
«Está tudo certificado, foram feitas as inspeções pelas diversas entidades e vamos agora entregar o dossiê da Inspeção à CCDRA», que tem que dar a autorização para o afundamento.
No dia 28 de maio, o navio deixará os estaleiros da empresa Batistas, em Alhos Vedros, onde tem estado a ser preparado, pelas 6 horas da manhã, e iniciará a sua última viagem, rebocado, passando em frente a Lisboa (durante a manhã) com destino a Portimão, onde deverá chegar no dia seguinte.
No estuário do Arade, a «Hermenegildo Capelo» ficará atracada no cais da Marinha, onde serão feitos os últimos preparativos para o afundamento no parque subaquático «Ocean Revival», cerca de duas milhas ao largo da praia de Alvor.
No dia 15, tal como aconteceu a 30 de outubro do ano passado, aquando do afundamento dos dois primeiros navios – a corveta «Oliveira e Carmo» de manhã e o navio-patrulha «Zambeze» à tarde – «vamos ter barcos à volta, a uma distância de segurança, com pessoas a acompanhar de perto o afundamento, e haverá também uma pequena cerimónia no Hotel Alvor, para convidados».
Se tudo correr bem com o afundamento, que será mais uma vez feito pela empresa canadiana Canadian Artificial Reef Consulting (CARC), com supervisão da Marinha Portuguesa, no dia 16 de junho, ou seja, logo no dia seguinte, a empresa Subnauta já tem previstos os primeiros mergulhos neste novo destino para a atividade.
Luís Sá Couto disse ainda ao Sul Informação, que a preparação deste que será o terceiro dos quatro navios que deverão ser afundados no parque «Ocean Revival» vai custar cerca de 600 mil euros, dos quais 500 mil nas operações de limpeza e perto de 100 mil no reboque para Portimão.
E um tal volume de investimento compensa? Sá Couto garante que sim. «Desde 30 de outubro, quando foram afundados os primeiros dois navios, foram registados mais de 2500 mergulhos no parque, feitos não só pela Subnauta, mas por todos os centros que operam ali à volta, de Alvor, Lagos, Portimão».
«Nunca no Algarve se mergulhou tanto entre novembro e maio, mesmo com as paragens na atividade em fevereiro e março, devido ao mau tempo», acrescentou o empresário.
Até agora, são portugueses a maioria desses mergulhadores que têm vindo até ao Algarve movidos pela curiosidade de conhecer o primeiro e maior parque de navios de guerra afundados de propósito na Europa.
«Como não sabíamos bem como ia correr os primeiros afundamentos, não lançámos no ano passado uma campanha internacional para promover o Ocean Revival. Só este ano, em janeiro, começámos essa campanha, indo a feiras internacionais, por exemplo. Os resultados dessa campanha só serão visíveis no próximo ano».
E em breve a frota submersa ficará completa: em 21 de setembro, será afundado o quarto navio do projeto, o navio oceanográfico «Almeida Carvalho», que «já está a ser limpo e está quase pronto». Mas, para ser transportado para o Algarve e afundado, terá que se esperar o fim da época balnear, daí a escolha da data em setembro.
Os próximos navios a afundar:
Fragata COMANDANTE HERMENEGILDO CAPELO
Fragata Ex-NRP Hermenegildo Capelo F481: A única sobrevivente da classe em Portugal, foi adquirida nos anos 60 para realizar missões de soberania nas águas africanas e no Extremo Oriente.
Cruzou a linha do Equador cerca de sessenta vezes e foi o primeiro navio da Marinha de Guerra Portuguesa a incorporar militares femininos.
Navio oceanográfico ALMEIDA CARVALHO
Navio Oceanográfico Ex-NRP Almeida de Carvalho A527: Construído para operar em águas de gelo flutuante, foi adquirido para satisfazer as necessidades da Armada Portuguesa e para servir os objetivos do Instituto Hidrográfico entre 1972 e 2002.
As suas salas de desenho e laboratórios foram utilizados para importantes trabalhos oceanográficos.
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