Marinha e Zoomarine devolvem duas tartarugas marinhas à natureza

A Marinha Portuguesa, através do Comando da Zona Marítima do Sul, em associação com o Zoomarine e com o Instituto […]

A Marinha Portuguesa, através do Comando da Zona Marítima do Sul, em associação com o Zoomarine e com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, vai devolver ao mar, amanhã, dia 19 de outubro, duas tartarugas marinhas.

Esta operação será realizada a bordo da Lancha de Fiscalização Rápida NRP Argos, que se encontra em comissão na Zona Marítima do Sul, e partirá ao início da manhã do Ponto de Apoio Naval de Portimão para largar as duas tartarugas a várias milhas náuticas de terra.

A par de iniciativas anteriores, esta colaboração entre a Marinha e o Zoomarine irá permitir às tartarugas “Jade” e “Jasão” o regresso ao seu habitat natural após alguns meses de reabilitação.

Jade e Jasão são dois exemplares de Caretta caretta (tartaruga-comum) e chegaram ao centro de reabilitação do Zoomarine no espaço de uma semana, no início do Verão de 2012.

«Foram ambos encontrados por profissionais do mar, ao largo da costa algarvia, consideravelmente apáticos e à superfície da água – nada que seja estranho aos reabilitadores desta espécie, já que são eventos que se registam natural e frequentemente – porque o mar é imenso e imprevisível, e porque nele se vive ao sabor das correntes, das marés, do vento… e da sorte!», explica Élio Vicente, diretor de Ciência e Comunicação do Zoomarine.

Por vezes, é a interferência humana (muitas das vezes devido a atividades relacionadas com a pesca e com o lazer) que «implica uma necessidade de corrigir, em centros de reabilitação, o mal que se provocou por desconhecimento, incúria ou até mesmo deliberadamente».

Os cuidados parentais nestes quelónios ancestrais não existem. Assim, fazem do número a sua força, nascendo em grupos de dezenas e centenas de cada ninho – e juntos lutam para dele ascender.

Pela luz da lua chegam ao mar e é aqui que se inicia uma jornada marinha que dura anos e anos… Alguns especialistas designam por “anos perdidos” aqueles que os juvenis passam, vagueando quase passivamente pelos oceanos, até atingirem a maturidade sexual e regressarem às zonas de origem. Segundos as estatísticas, destes “anos perdidos” e dos milhares que nascem, a cada ano, em cada praia de desova, muito poucas dezenas sobrevivem.

«Daí a importância de se tentar salvar nem que seja dois pequenos representantes de uma espécie – como é o caso do Jasão e da Jade», acrescenta Élio Vicente.

A devolução terá lugar amanhã, dia 19 (sexta-feira) a várias milhas náuticas ao largo de Portimão. Mas os preparativos finais para a devolução começarão nesse dia, às 07h15, no Porto d’Abrigo do Zoomarine, de onde está prevista a saída, às 07h45, para o Ponto de Apoio Naval de Portimão. A saída para o mar, numa Lancha de Fiscalização Rápida da Marinha Portuguesa, terá lugar às 09h00.

Como sempre, o apoio do Comando da Zona Marítima do Sul (Marinha Portuguesa) e do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território) será fundamental, através, respetivamente, da disponibilização dos meios navais e inerentes tripulação, e da documentação legalmente exigida.

O desejo destas três entidades é simples e claro: que estes juvenis tenham pela frente muitos mais “anos perdidos”. E que os acidentes de percurso não lhes roubem a oportunidade de se reproduzirem – o que, no caso das fêmeas, implicará regressar à sua praia de nascimento, de forma a iniciar um novo ciclo de vida.

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