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Sul InformaçãoUm Museu da Escravatura vai ser criado em Lagos, numa iniciativa da Câmara local e do Comité Português do Projeto UNESCO “A Rota do Escravo”.

O futuro Museu irá ter dois núcleos, um no edifício do Mercado dos Escravos, na baixa da cidade, e outro no piso 0 do parque de estacionamento do Anel Verde, na Praça D’ Armas, onde serão instalados o núcleo museológico designado provisoriamente por “Poço dos Negros” e os memoriais escultóricos, em lugar a determinar em fase de projeto de execução.

Para dar mais um passo neste projeto, o Município de Lagos e o Centro de Estudos sobre África e do Desenvolvimento (CEsA) (centro de investigação integrado no Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa) vão brevemente assinar um Protocolo de Colaboração, onde são estabelecidas as formas de utilização dos edifícios e equipamentos geridos pelo Município de Lagos.

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De acordo com a minuta do protocolo aprovada ontem em reunião de Câmara, o projeto Museu da Escravatura de Lagos, a ser desenvolvido pela autarquia e pelo Comité Português do Projeto UNESCO “A Rota do Escravo”, visa atingir dez objectivos, expressos na declaração do Município de Lagos de 16 de dezembro de 2011.

Sul InformaçãoDesses objectivos destacam-se a requalificação arquitetónica do paradigmático edifício do Mercado de Escravos, a organização do Espaço Museológico – núcleo do Mercado de Escravos (exposições dos achados arqueológicos e outros associados) e núcleo do “Poço dos Negros”, no Parque de Estacionamento do Anel Verde, ou ainda a publicação de diversos estudos, quer no que diz respeito ao “cemitério de escravos”, quer sobre a Escravatura no Sul de Portugal, um Roteiro da Rota do Escravo ou ainda a publicação de brochuras turístico-culturais sobre os Lugares de Memória da Escravatura e do Comércio de Escravos em Lagos.

No Parque de Estacionamento do Anel Verde irá funcionar um Centro de Informação e Interpretação Histórica e Arqueológica deste local, onde os trabalhos arqueológicos levados a cabo em 2009 revelaram a existência de 155 esqueletos humanos de antigos escravos.

Para o desenvolvimento do Projeto “Museu da Escravatura em Lagos”, o Município desenvolverá as obras de adaptação e arranjos, bem como as ações de museologia e de museografia adequadas, em colaboração com o Comité Português do Projeto UNESCO “A Rota do Escravo” a implementar no Mercado de Escravos e no Parque de Estacionamento Anel Verde.

Uma vez finalizadas as obras, concluídos os trabalhos de adaptação, arranjos e ações de museologia e museografia da responsabilidade do Município e instalados todos os equipamentos nos respetivos núcleos, estes serão geridos e mantidos pelos serviços competentes da autarquia, com supervisão científica do Comité Português do Projeto UNESCO “A Rota do Escravo”.

O Protocolo vigorará pelo prazo de 10 anos, renovando-se automaticamente por sucessivos e iguais períodos se não for denunciado, por qualquer das partes, com uma antecedência mínima de 1 ano.

Está atualmente está patente, no Mercado de Escravos, uma exposição onde se procura explorar, culturalmente, a ligação de Lagos «dos Descobrimentos» à história do tráfico negreiro.

São igualmente divulgados os dados históricos, relatados nas fontes documentais e enriquecidos pelos testemunhos recuperados nas escavações arqueológicas efetuadas no Parque de Estacionamento do Anel Verde.

Esta exposição, que conta com o apoio do Centro Nacional da UNESCO e do Projeto “Rota do Escravo” da UNESCO, pretende mostrar a inserção da escravatura no novo contexto económico das viagens de descobrimento da costa ocidental africana a Sul do Bojador; o escravo como mercadoria (incorporado nas tarefas quotidianas mas descartado sem dignidade); o fascínio pelo exótico no quotidiano dos lacobrigenses: evidenciado no gosto por consumir e possuir novos produtos e objetos que as viagens transoceânicas permitem [cerâmicas dos séc. XV-XVI, de Espanha, Itália, China,…] e a assimilação dos escravos negros pela sociedade da época: batismo.

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