Banco Alimentar contra a Fome já tem armazém em Portimão

O Banco Alimentar contra a Fome do Algarve (BACFA) já tem um armazém em Portimão, correspondendo assim a uma velha […]

O Banco Alimentar contra a Fome do Algarve (BACFA) já tem um armazém em Portimão, correspondendo assim a uma velha aspiração que facilita a vida às instituições de solidariedade social que dependem dos abastecimentos nesta estrutura. O objetivo é que o armazém comece a ser utilizado pelo menos na próxima campanha de recolha de alimentos, em maio, se não for possível antes.

O armazém, situado na zona da Coca Maravilhas, foi cedido pela Câmara Municipal de Portimão, mas precisa ainda de algumas «obras de adaptação» e de «muito material e equipamento», como revelou ao Sul Informação Nuno Alves, coordenador do BACFA.

Para abrir caminho à instalação do Banco Alimentar no novo armazém, este sábado, a partir das 14 horas, um grupo de voluntários vai dedicar-se a limpar o interior do edifício.

Segundo Nuno Alves, para que comece efetivamente a funcionar, o armazém precisa de equipamento. O mais urgente é uma balança industrial, um empilhador, um porta-paletes manual e contentores para alimentos. É ainda necessário material e equipamento de escritório, para que alguns grupos de voluntários possam começar a trabalhar nas novas instalações do Banco Alimentar em Portimão.

Tendo em conta que o armazém tem espaço, há ainda a intenção de colocar câmaras frigoríficas, para armazenar os alimentos perecíveis. E falta também uma máquina de limpeza industrial, embora isso não seja «uma prioridade».

Ou seja, para que o armazém de Portimão comece a funcionar, ainda é preciso reunir dinheiro, doações e muitas boas vontades. «Estamos já a procurar financiamento para adquirir os equipamentos necessários», explicou Nuno Alves.

Grande financiadora do Banco Alimentar tem sido a comunidade estrangeira residente no Algarve. «Foram eles que dotaram o armazém de Faro com grande parte do equipamento. Vamos recorrer a eles também para Portimão, mas não só», acrescentou o coordenador do BACFA.

No total, para equipar o armazém de Portimão, será necessário um investimento de 127 mil euros. Nuno Alves revela que o Banco Alimentar está «a fazer contactos com todos os potenciais doadores desde o início do ano», assim como está a «preparar candidaturas» a fundos europeus.

Além de dinheiro e equipamento, o armazém de Portimão precisa também de voluntários para funcionar, já que todo o trabalho do Banco Alimentar é feito através de voluntariado. E quantas pessoas são necessárias? Dez a doze, responde Nuno Alves.

«Precisamos de uma equipa de 10 a 12 pessoas, que não precisam de estar em permanência ao serviço do Banco Alimentar, até porque este polo de Portimão ficará dependente, em termos administrativos, de Faro. Haverá também duas comissões do BA que ficarão sediadas em Portimão», explicou.

E quais são as vantagens da existência de um armazém do BACF em Portimão? «As instituições que são abastecidas pelo Banco Alimentar e situadas no Barlavento algarvio têm enormes ganhos de eficácia, pela proximidade, evitando todos os meses fazer largas dezenas, se não centenas, de quilómetros para ir abastecer-se a Faro», salienta Nuno Alves.

Além disso, como em Portimão o armazém também terá capacidade para trabalhar com produtos frescos, «poderemos reforçar os cabazes das instituições do Barlavento», já que antes algumas «não tinham capacidade para fazer uma segunda viagem a Faro, para se irem abastecer de frescos».

Para mais, revelou o coordenador do Banco Alimentar do Algarve ao Sul Informação, «brevemente haverá uma carrinha frigorífica alocada a Portimão, para recolha dos excedentes, em permanência, juntos dos hipermercados e até de alguns produtores agrícolas».

Outra vantagem do armazém de Portimão tem a ver com os próprios voluntários. É que, salienta Nuno Alves, em Portimão há «um grupo enorme de voluntários muito empenhados, que agora terão um sítio para desenvolver a sua atividade».

Além disso, a nova estrutura portimonense poderá dar uma ajuda preciosa à campanha «Papel por Alimentos», que está a ser promovida pelos Bancos Alimentares em todo o país e que tem no Algarve a segunda região mais participativa. «O armazém de Faro faz a recolha central do papel, sendo variadíssimas as instituições, desde Câmaras, a escolas ou empresas, a entregar o papel ao Banco Alimentar».

Agora, com um armazém em Portimão, o BACFA poderá reforçar a recolha do papel na zona barlaventina. «Com um armazém de proximidade, as empresas ou outras entidades que se queiram envolver na campanha evitam ter que fazer dezenas de quilómetros para ir entregar a Faro o seu papel», acrescentou.

Os responsáveis pelo Banco Alimentar contra a Fome do Algarve e os voluntários já estão de mangas arregaçadas para começar a preparar o armazém de Portimão. O objetivo é que, na próxima campanha nacional de recolha de alimentos, no mês de maio, o armazém já esteja a funcionar em pleno, evitando que as carrinhas que fazem o transporte entre os supermercados e o armazém tenham que fazer uma longa viagem até Faro. «Ganha-se tempo, mas, sobretudo, ganha-se dinheiro». E em tempos em que o número de instituições de solidariedade social a apoiar está sempre a aumentar estas poupanças são muito importantes.

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