A produção do setor da Construção recuou 9,4% em volume em 2011, tratando-se, assim, da queda mais acentuada desde o início da atual crise no Setor, estima a Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas (AECOPS), na sua análise regional de conjuntura.
A comprovar esta evolução tão negativa, estão os dados relativos ao consumo de cimento (-15% em 2011, sendo, de acordo com a AECOPS, a redução mais expressiva ao longo dos últimos oito anos), ao número de empresas habilitadas para o exercício da atividade, que caiu 2,4% em 2011, ao desemprego (+12,5% só na Construção), ao licenciamento de novos fogos habitacionais (-31,1% até outubro) e ao valor dos concursos abertos (-29,0%).
O retrocesso no setor da Construção foi extensível a todas as regiões sob influência da AECOPS, embora tenha sido mais nítido no Algarve, onde só o licenciamento de novos fogos para habitação desceu 56,0% (-28,6% no Alentejo, -36,2% na zona de Lisboa e -36,9% no Centro).
A AECOPS alerta também, na sua nota de conjuntura, para a evolução mais desfavorável registada no mercado das obras públicas, sobretudo no Algarve, onde se observaram decréscimos de 61,0% e de 87,0%, respetivamente, nos montantes dos concursos abertos e adjudicados (médias nacionais de -29,0% e +15%).
Face a esta evolução tão negativa, não é de admirar que os empresários se manifestem cada vez mais apreensivos quanto à situação atual e futura da Construção, sendo já 63,0% aqueles que revelam um baixo nível de confiança no Setor, atendendo às quebras sucessivas da carteira de encomendas, que hoje garante, em média, apenas 7,8 meses de trabalho (no Algarve desce mesmo para 4,9 meses), e à diminuição da capacidade produtiva utilizada (67,6% em média nacional e 57,4% no Algarve).