Os deputados algarvios eleitos pelo PSD, Mendes Bota e Elsa Cordeiro, questionaram hoje o Governo sobre a intenção anunciada pelo INEM de deixar de prestar o serviço nocturno pelo helicóptero estacionado no heliporto de Loulé, e que serve toda a região do Algarve e do Baixo Alentejo.
Depois do presidente do INEM ter, em entrevista à Agência Lusa, admitido a possibilidade a cessação do serviço noturno dos helicópteros estacionados em Loulé, Aguiar da Beira e Macedo de Cavaleiros, alegando que o serviço é oneroso e escasso (meio serviço por dia), os deputados solicitaram uma cópia dos contratos e alertam para as “implicações não só ao nível da assistência a sinistrados graves e urgentes, mas também da imagem turística do Algarve como destino seguro e do congestionamento da EN 125 provocado pela introdução de portagens na Via do Infante”.
Segundo alegam Mendes Bota e Elsa Cordeiro, esta possibilidade tem “uma envolvente de consequências negativas”, uma vez que “o helicóptero baseado em Loulé dá assistência a todo o Algarve e Baixo Alentejo, quase um terço do território nacional”.
“Fazer depender a salvação de vidas em período noturno de um helicóptero que virá de Lisboa parece arriscado de mais”, argumentam os parlamentares.
Os deputados confrontaram ainda o Governo em relação ao que parece ser um “contra-senso”. “Tem o Ministério da Saúde consciência do absurdo de estar em curso um processo de beneficiação do heliporto municipal de Loulé, com financiamento comunitário, para viabilizar as operações noturnas, precisamente solicitado pelo mesmo INEM que agora pretende cancelar essas operações?”, questionaram.
Como alternativa a esta intenção manifestada pelo presidente do INEM, os deputados avançam com a possibilidade de “renegociar os contratos de aquisição de serviços de helicópteros”, “em termos mais favoráveis para as contas do Estado”, à semelhança do que se tem vindo a fazer com as parcerias público-privadas.