Crise não impede o investimento de empresários farenses no concelho

Os tempos são de crise e em Faro as dificuldades são bem sentidas, mas isso não impediu que duas empresas […]

Os tempos são de crise e em Faro as dificuldades são bem sentidas, mas isso não impediu que duas empresas farenses tenham avançado com investimentos que, combinados, representam mais de 7 milhões de euros de investimento no concelho.

Um hotel na Rua de Santo António e uma fábrica para transformação de semente de alfarroba no Areal Gordo foram duas das intervenções visitadas este sábado pelo executivo camarário farense, em mais uma Visita de Autarcas promovida pela Câmara Municipal.

Em pleno coração da cidade de Faro, está já em construção o Hotel Aqua Ria. O edifício do restaurante Costa Algarvia está a ser totalmente reconstruído para construir, numa primeira fase, um hotel com 17 quartos e um restaurante. O investimento é da empresa que já detinha o Costa Algarvia e tem uma forte marca algarvia.

Além dos seus promotores serem da região, está a ser feito um esforço para contratar tudo o que for possível na região. Assim, é uma empresa algarvia que está encarregue da obra, com os materiais a virem na sua quase totalidade da região.

Nesta primeira fase, que se estima que vá durar ainda oito meses até estar concluída, será investido cerca de um milhão de euros. Com esta verba, preparar-se-á o restaurante para reabrir já dentro de mês e meio e terminar-se-á a primeira fase da unidade hoteleira.

Mais tarde, as atenções serão voltadas para o edifício contíguo, cujos andares, excetuando o rés-do-chão (ocupado por um Banco), foram já adquiridos pelos investidores. Aqui serão construídos mais 17 quartos e outras estruturas de apoio ao hotel, que já terá as condições necessárias para pedir a classificação de 3 estrelas.

Por seu lado, no Areal gordo, está a nascer um projeto que já tem muitos anos e que permitirá à empresa Industrial Farense aumentar a sua capacidade de transformação de semente de alfarroba. Atualmente, e depois de a multinacional Danisco ter deslocalizado a sua produção de Faro para Valência, em Espanha, a Industrial Farense é a única empresa do país a fazer este trabalho.

O resultado deste esforço isolado depressa se fez sentir. «Em poucos anos, Portugal passou de um país que importava 1,5 mil toneladas de alfarroba para lhe acrescentar valor, para um país que exporta 5 mil toneladas por ano de matéria-prima em bruto, como um país do terceiro mundo», considerou o diretor da fábrica Manuel Caetano.

O especialista algarvio em alfarroba apresentou a obra que já está a ser erguida em Faro, que irá contemplar uma unidade de transformação, a unidade principal, com 960 metros quadrados. Com esta infraestrutura, será possível aumentar a capacidade de transformação de semente de alfarroba de 1500 para quatro mil toneladas ano. O investimento contempla ainda diversos edifícios, entre laboratórios, escritórios, unidades de armazenamento e uma ETAR.

Apesar de este investimento estar ainda em curso, os responsáveis pela Industrial Farense já pensam em fazer uma nova unidade produtiva no mesmo terreno de quase 50 mil metros quadrados. E aproveitaram a presença do presidente da autarquia para pedir que haja uma maior agilização dos processos de licenciamento, algo que Macário Correia prometeu que iria ter em conta na elaboração do Plano de Pormenor para o Areal Gordo.

Desta nova unidade industrial, sairá farinha de alfarroba, que é usada para múltiplos fins, entre os quais a produção de farinhas alimentícias para bebés, a criação de produtos cosméticos e até na indústria de armamento. É esta multiplicidade de usos que determina o elevado valor da Alfarroba já transformada.

A obra custará cerca de 6 milhões de euros, com uma comparticipação da União Europeia de perto de 2 milhões.

Além destas obras, foram visitadas outras intervenções a decorrer no concelho, financiadas por dinheiros públicos, nomeadamente as de requalificação das escolas secundárias Tomás Cabreira e João de Deus, bem como a obra camarária de construção da Escola da Lejana.

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