Alunos da Tomás Cabreira experimentam em Faro uma arte diferente no escuro

São jovens de 16 e 17 anos, estudantes do 11º ano do curso humanístico de Artes Visuais na Escola Secundária […]

São jovens de 16 e 17 anos, estudantes do 11º ano do curso humanístico de Artes Visuais na Escola Secundária Tomás Cabreira, em Faro. Na sua maioria, querem seguir no futuro a área de “artes plásticas”, dizem. Agora, à boleia do projeto Tell, vão ser performers no “escuro” e utilizar apenas a voz para fazer arte. É esta sexta-feira, no Teatro Lethes.     

O projeto é arrojado e o desafio surgiu do Teatro Municipal de Faro, sabendo que “há uma atividade intensa na Escola Tomás Cabreira”, explica Rosa Trindade, uma das coordenadoras desta peça. Também responsáveis são as professoras de Desenho Ana Dionísio e Dulce Bulha, em cujas aulas – mas não só – têm decorrido alguns dos ensaios.

De acordo com Rosa Trindade, o processo de criação desta “peça performativa” «foi fácil e difícil». Primeiro, porque se trata da gestão de uma equipa que «são duas turmas, quase 50 pessoas – [embora ao palco subam apenas cerca de 20] -, jovens e com nenhuma experiência em teatro ou artes performativas». Depois, a conjugação de diferentes horários, ideias, entusiasmos…

«Por um lado, não queríamos fazer “a peça” de alguém, quisemos criar e tentar fazer uma produção própria e por isso tentámos criar algo com identidade». E aí surgiram alguns problemas: «os alunos davam muitas ideias de acessórios, de como fazer determinada coisa, mas faltava a mensagem, o que dizer…», explica a professora Rosa Trindade ao Sul Informação.

Entretanto, o processo foi-se aprimorando e o resultado final – totalmente criado pelos alunos – foi ganhando consistência, diz satisfeita a responsável. Trata-se de uma abordagem “geracional” ao mundo da publicidade, com “anúncios que falam de coisas que nos preocupam, e que são também uma crítica à sociedade em que vivemos”, salienta. Para além dos anúncios, esta peça de cerca de dez minutos conta ainda com recurso a vários outros objetos e instrumentos.

Mas num espetáculo marcado pela ausência de luz, uma dificuldade passa mesmo por controlar a falta de som: os silêncios e os seus tempos próprios. «Por vezes ainda se esquecem dos silêncios – o que ganha particular relevância num espetáculo totalmente às escuras», diz.

Todos com 16 anos, Manuel Caldeira, André Jesus, Mariana Camões, Filipe Serra e Ricardo Oliveira, são alguns dos jovens que vão participar no espetáculo. Confrontados pela reportagem do Sul Informação, revelam grande entusiasmo – e algum nervosismo -, mas todos concordam em relação ao que dizem ser “uma experiência nova e completamente diferente”.

Mariana Camões explica bem-disposta que “todos são alunos de artes”, mas este é outro tipo de arte. “Aqui, temos que utilizar a voz, e sendo no escuro, temos que ter atenção a como as palavras são ditas”, revela.

Já Filipe Serra promete uma “abordagem” diferente ao escuro que vão enfrentar juntos, performers e público. “Vamos utilizar a publicidade para fazer uma crítica à nossa sociedade, quotidiano…”, sugere.

E mais não disseram. Nem nós dizemos. Se quiser saber mais, marque encontro para a próxima sexta feira, no Teatro Lethes, em Faro. No escuro.

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