Seis novos desfribilhadores salvam portimonenses da «morte anunciada»

Por enquanto, no concelho de Portimão, há cerca de 250 pessoas com formação em DAE

Portimão já tem seis novos Desfibrilhadores Automáticos Externos (DAE), espalhados pelo concelho. A Rede Municipal, inaugurada esta sexta-feira, 28 de Fevereiro, vem dar uma resposta mais rápida a quem sofrer uma paragem cardiorrespiratória, permitindo salvar pessoas daquilo que pode ser «uma morte anunciada». 

Os seis novos equipamentos estão espalhados pelos seguintes locais: Largo 1º de Maio (da Câmara Municipal), Zona Ribeirinha de Portimão, Alameda (Praça da República), Praia da Rocha, junto à PSP, Zona Ribeirinha de Alvor e no adro da Igreja da Mexilhoeira Grande.

«Com esta rede, conseguimos, com efeito, cobrir o concelho todo», começou por enquadrar Richard Marques, comandante dos Bombeiros de Portimão, ao Sul Informação. 

Todo este projeto começou em 2016, mas, na altura, «apenas com quatro equipamentos e móveis que só acompanhavam eventos de maior fluxo». Certo é que, mesmo assim, conseguiu-se «reverter três paragens cardiorrespiratórias fora de ambulâncias».

 

 

Agora, foi dado «mais um passo», com a instalação dos seis desfibrilhadores na via pública. E como é que estes podem ser usados?

«Há aqui duas hipóteses. Se eu for um operacional DAE, com formação, e, ao passar na rua, detetar uma situação, vou à cabine e alerto o Centro Municipal de Operações de Socorro de Portimão. Do outro lado, ao saberem que eu sou um operacional, libertam o DAE e eu posso começar as manobras», explica Richard Marques.

«Agora, se quem acionar o botão na cabine não for operacional, pode logo levar o DAE até à vitima e identificar onde está em termos geográficos. Automaticamente, o sistema envia um alerta para todos os operacionais registados para aquela cabine, a dizer que há uma vítima a sofrer uma paragem cardiorrespiratória, e alguém dirige-se logo ao local», acrescenta.

Um ponto importante é que isto «não substitui a ligação ao 112». Ou seja: esses meios são despachados na mesma. O que acontece é que há «uma resposta mais rápida» e de proximidade.

 

 

Na apresentação da Rede Municipal, esta sexta-feira, assistiu-se a isso mesmo. Isilda Gomes, presidente da Câmara de Portimão, foi a primeira a utilizar o DAE, num simulacro. Depois de dar o alerta, rapidamente chegou um funcionário da autarquia que começou as manobras de reanimação.

Pouco tempo depois, também vieram os Bombeiros para prosseguir os trabalhos. Tudo num espaço de 1 ou 2 minutos.

Para Isilda Gomes, o investimento – de perto de 50 mil euros – em todo este projeto, foi «muito bem empregue».

«A diferença muitas vezes são minutos. Por isso tudo aquilo que fizermos para salvar mais cidadãos de uma morte anunciada é positivo e só com a atuação de todos os meios é que podemos revertê-la», disse.

«Se acontecer alguma coisa, nós imediatamente temos resposta e este é um problema que se coloca. Todos conhecemos, infelizmente, vítimas que não tiveram oportunidade de ter um DAE junto deles e isso certamente fez a diferença», considerou também.

A autarca exprimiu mesmo o seu orgulho em sentir «que temos uma cidade com a capacidade de prestar cuidados desta forma».

«Demos mais um sinal daquilo que é a nossa preocupação com a saúde e com o bem-estar dos nossos cidadãos. Os turistas podem vir tranquilos porque, se houver algum problema, nós temos condições de resposta imediata», garantiu.

 

 

Por enquanto, no concelho de Portimão, há cerca de 250 pessoas com formação em DAE. «Mas não temos limite! Queremos mais!», exclamou Richard Marques.

«Somos autónomos no que diz respeito à formação de novos profissionais. A Proteção Civil tem um programa próprio. Não vamos parar e vamos fazer mais formação. Neste momento, todos os operacionais da três forças de segurança (PSP, Polícia Marítima e GNR) estão formados, alem dos Bombeiros e Cruz Vermelha, bem como alguns cidadãos», disse.

Outro objetivo futuro é, até ao final do ano, ter um desfribilhador em todos os equipamentos municipais que recebem público.

 

Fotos: Pedro Lemos | Sul Informação

 

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