O projeto TASA, com a elaboração do Red Book – Lista Vermelha das Atividades Artesanais Algarvias, e a Cooperativa QRER, com projetos desenvolvidos no âmbito de candidaturas a fundos europeus, venceram dois Prémios Nacionais de Artesanato 2023, nas categorias “Investigação” e “Entidade Privada”, respetivamente.
Esta não é, contudo, a primeira distinção dada ao livro, que já tinha sido reconhecido com o prémio Prof. Manuel Gomes Guerreiro, atribuído pela Universidade do Algarve e parceiros.
Numa nota publicada no seu site, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, que promoveu a concretização do RedBook, congratula-se com o reconhecimento obtido e dirige uma especial palavra de apreço à equipa da Proactivetur, em particular a Susana Calado Martins e Graça Palma, pelo trabalho de entrevistas no terreno e de elaboração do livro, que prossegue a linha do projeto TASA – Técnicas Ancestrais Soluções Atuais.
O projeto TASA é uma marca registada detida pela CCDR Algarve que define esta inciativa como «inovadora» no Artesanato e Design que visa «Afirmar e Divulgar a Atividade Artesanal como Profissão de Futuro», juntando a inovação à tradição, ao utilizar materiais e técnicas artesanais, «saberes que têm vindo a ser transmitidos de geração em geração e resultam em produtos utilitários com uma estética contemporânea de reconhecida aceitação».
A investigação que deu origem à publicação do RedBook enquadra-se no projeto Magallanes_ICC, do qual a CCDR Algarve é parceira, e que consiste numa rede de cooperação transfronteiriça no âmbito do desenvolvimento e promoção das indústrias culturais e criativas , no seio da EURORREGIÃO Alentejo – Algarve – Andaluzia (EUROAAA), cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) através do Programa Interreg V-A Espanha-Portugal (POCTEP) 2014-2020 (0752_MAGALLANES_ICC_5_E).
O projeto de investigação teve como primeiro objetivo «identificar, registar e catalogar as atividades tradicionais do Algarve que participam do Património Cultural e Imaterial (PCI) da região», explicou, na altura do lançamento do livro, Susana Calado Martins, ao Sul Informação.
De seguida, o passo foi dividir as 26 atividades identificadas de forma a que se inserissem nas listas de «PCI do Algarve desaparecido», «PCI do Algarve a necessitar de salvaguarda urgente» e «PCI do Algarve atualmente viável», de acordo com os critérios que estão em prática pela convenção da UNESCO.
«O objetivo final com tudo isto é contribuir para priorizar e apontar caminho para o desenvolvimento de ações de salvaguarda destas atividades», frisou também na altura Susana Calado Martins.
Nesta lista, foram então identificadas 26 atividades: uma já desaparecida (albardeiro), 14 a necessitar de salvaguarda urgente (como abegoaria, esteiraria, ferreiro ou latoaria) e 11 atualmente viáveis (azulejaria, caldeiraria, empreita de palma, entre outras).
O livro enumera ainda os fatores de ameaça identificados e promove o “saber-fazer”, contribuindo para a implementação do Programa “Saber Fazer” (publicado por Resolução do Conselho de Ministros n.º 89/2020, de 23 de outubro), valorizando os artesãos e a produção artesanal tradicional, que pela sua relação equilibrada com o ambiente, escala de operação e respeito pela cultura, desempenha um papel ao nível da concretização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.
Veja aqui também a candidatura vencedora que foi apresentada pela QRER.
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