Carlos Luís Figueira, que foi dirigente da Direção da Organização Regional do Algarve do PCP durante 20 anos, morreu esta manhã, aos 80 anos, em Menorca, ilha das Baleares (Espanha), onde residia.
O ex-militante comunista sofria de cancro há vários anos.
Carlos Luís Figueira nasceu em Campo Maior, em Outubro de 1944. Fixou-se em Bruxelas, onde lhe foi reconhecido o estatuto de refugiado político. Durante a permanência neste país, aderiu ao PCP.
Foi aluno da Universidade Livre de Bruxelas em Ciências Políticas e Sociais e mais tarde no Instituto de Ciências Sociais e Políticas de Moscovo.
Regressou clandestinamente a Portugal, como quadro do PCP, em Agosto de 1968, situação em que se manteve até ao 25 de Abril de 1974. Foi membro do Comité Central e da Comissão Política do PCP até ao XVI Congresso.
Nos anos 80 e 90, foi dirigente da DORAL dos comunistas no Algarve.
Veio a ser expulso do Partido Comunista em 2002, num processo que envolveu também Edgar Correia e Carlos Brito, enquanto membros do movimento da Renovação Comunista.
Na altura, ainda com Carlos Carvalhas na liderança do PCP e com Álvaro Cunhal na presidência comunista, uma vaga interna pediu maior democraticidade interna e mais abertura do partido. Mas a cúpula dirigente não viu com bons olhos essa iniciativa, acabando por expulsar alguns dos históricos, entre eles Carlos Luís Figueira e Edgar Correia, e penalizando outros, como João Amaral, Domingos Lopes, Paulo Fidalgo, Cipriano Justo ou Carlos Brito, que acabaram por sair do PCP.
Carlos Luís Figueiras foi também consultor de empresas, cronista regular na imprensa regional e nacional, e diretor do mensário Jornal do Baixo Guadiana.
Em 2005, o ex-militante comunista passou a ser chefe de gabinete do presidente da Câmara de Vila Real de Santo António, Luís Gomes, do PSD.
Na rede social Facebook, António Pina, que foi governador civil de Faro entre 5 de Abril de 2005 e 1 de Junho de 2007, lamentou a morte de «um amigo e lutador».
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