Aos 19 anos, a lacobrigense Matilde Rosa vai cumprir, a partir desta quinta-feira, um sonho, jogando por Portugal o seu primeiro Campeonato da Europa feminino de andebol, para o qual parte com «borboletas na barriga». Mas a guarda-redes não esconde que este é apenas um primeiro passo de uma carreira desportiva em que ambiciona ser profissional a 100%.
«Pessoalmente, sinto isto como uma oportunidade que me foi dada, que irei aproveitar ao máximo até ao fim», refere ao Sul Informação a única algarvia das 17 jogadoras selecionadas para a fase final da competição, coorganizada por Suíça, Áustria e Hungria.
A andebolista de Lagos, que aos 19 anos é a segunda mais jovem do grupo e já soma 12 internacionalizações “AA”, fala com entusiasmo e ambição dos seus objetivos, mas admite o natural nervosismo pela entrada em cena no Europeu.
«Claro que tenho borboletas na barriga, posso dizer assim, pois tenho só 19 aninhos. Mas nada me atrapalha só por ter 19 aninhos, quero estar ao mais alto nível, o andebol é a vida que quero fazer», diz Matilde Rosa, que representa o Benfica desde o início da época, depois de vários anos no Gil Eanes, emblema da terra natal.
A jogadora algarvia está a cumprir «mesmo um sonho» por representar a seleção principal numa grande competição, embora já tenha vestido a camisola de Portugal em cinco fases finais de torneios de seleções sub-17 e sub-19 – três Europeus e dois Mundiais.
«Neste momento, ansiosa por poder pisar pela primeira vez um grande palco. Já estive em Europeus de sub-19 e sub-17, mas não é o mesmo, não é? É outro tipo de vivências. Sinto-me nervosa, mas é aquela ansiedade natural de poder pisar um palco tão grande e viver o mundo do andebol por estes dias», acrescenta.
Portugal regressa, 16 anos depois, a uma fase final do Europeu feminino de andebol, contabilizando a sua segunda participação de sempre.
As portuguesas estão integradas no Grupo C, que será jogado na Suíça, defrontando as congéneres de Espanha, esta quinta-feira, Polónia, no sábado, 30 de Novembro, e França, na segunda-feira, 2 de dezembro. As duas primeiras classificadas seguem para a fase seguinte.
As expetativas, de acordo com a atleta lacobrigense, passam por «cumprir os objetivos técnico-táticos» delineados pelo selecionador, «avançar passo a passo sem muitas falhas técnicas» e «acrescentar a experiência» competitiva internacional, ao nível de seleções, que não existe no grupo e que poderá ser decisiva em futuros compromissos.
«Eu tenho muito orgulho em poder estar nesta seleção, não digo das 17 selecionadas, mas digo de todas as jogadoras que estiveram presentes nesta qualificação. Foi todo um trabalho feito, não de um só ano, mas de vários de vários anos», assinala Matilde Rosa sobre o percurso da equipa das quinas.
A jogadora algarvia, que começou pelo futebol, encontrou o andebol graças a uma professora de Educação Física, que lhe propôs uma experiência na modalidade. «Experimentei no Gil Eanes, gostei, senti-me em casa e já não saí», recorda Matilde Rosa, que tem uma irmã a alinhar no emblema de Lagos.
Depois de ter feito toda a formação no Gil Eanes, a mudança para o Benfica, no início desta temporada, está a corresponder às expetativas. «Desportiva e pessoalmente, está tudo a correr bem», afirma a andebolista, que se quer dedicar a 100% à modalidade e já pensa em jogar no estrangeiro.
«O que pretendo fazer é uma carreira no andebol. Em Portugal, sei que não o vou conseguir fazer, porque muito poucos clubes são profissionais, mas pretendo jogar no estrangeiro e atingir o máximo patamar que puder», finaliza.
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