Mais cooperação entre autarquias, maior envolvimento da comunidade científica, valorização económica das algas recolhidas e necessidade de criação de um fundo de apoio do governo central para os municípios afetados. É isto que é preciso para que se possa lidar com as algas invasoras nas praias algarvias.
O tema foi debatido na quarta-feira em Lagos, numa conferência organizada pela Associação Limpeza Urbana (ALU), com o apoio do município lacobrigense, e que juntou autarcas, entidades regionais e nacionais e público em geral no Auditório Paços do Concelho Séc. XXI.
A espécie Rugulopterix okamurae é originária da costa asiática e muitas dores de cabeça e gastos tem exigido de municípios portugueses (com especial incidência no Barlavento algarvio) e espanhóis, sendo o caso mais recente a sua presença na Meia Praia.
A sessão contou com várias perspetivas, traçando um diagnóstico, propostas e planos de ação, com intervenções de especialistas da área científica, empresas ligadas à intervenção e remoção das algas invasoras dos areais ou no mar e a perspetiva espanhola no tratamento do problema.
Luís Bandarra, vereador com o pelouro do Ambiente, revelou que, no espaço de quatro anos, a autarquia lacobrigense já gastou cerca de 348 mil euros para a remoção das macroalgas das praias do concelho.
Trata-se de encargos inesperados que obrigam a constantes revisões orçamentais e têm um preocupante impacto económico ao nível turístico, embora as seis mil toneladas já recolhidas tenham sido entregues a agricultores nas áreas do Vale da Lama e Sargaçal com vista ao desenvolvimento da produção local.
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