Congresso do Algarve de Alzheimer foi «mais um passo» na afirmação do lar de Castro Marim

Congresso regressará no próximo ano

Foi «mais um passo» na afirmação de um projeto diferenciador. Há pouco mais de um ano que Castro Marim tem o único lar dedicado às demências, no Algarve e Alentejo. A experiência está a «correr muitíssimo bem» e levou a que, nos dias 27 e 28 de Setembro, fosse organizado o I Congresso do Algarve de Alzheimer e Outras Demências, onde não faltaram elogios, nem partilhas de conhecimento.

A iniciativa juntou centenas de pessoas, durante dois dias, no auditório da Biblioteca Municipal de Castro Marim. 

A sessão de abertura contou com a presença de José Cabrita, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Castro Marim, que gere a Estrutura Residencial e Centro de Dia de Alzheimer e Demências.

Em declarações aos jornalistas, o responsável, que dá nome ao próprio lar, lembrou como este congresso foi «mais um passo» num sonho que levou muito a efetivar-se.

«Tivemos muitas dificuldades, demorou muitos anos, mas todas foram ultrapassadas. Hoje, temos um lar e tudo está a correr muitíssimo bem», considerou.

Prova disso é que as «vagas estão todas ocupadas» (70 utentes institucionalizados e outros 20, em regime de Centro de Dia).

«Este congresso significa também que o nosso nome é cada vez mais conhecido em todo o país e a nível internacional. Para Castro Marim, é uma mais valia e, para mim, um orgulho enorme», acrescentou.

Durante este ano, têm vindo «pessoas de todo o país» para conhecerem a instituição, até porque «nós conseguimos colmatar uma lacuna no Sul do país».

A sessão de abertura contou também com a participação de Manuel de Lemos, presidente da União das Misericórdias Portuguesas, que lembrou como, no último ano, «Castro Marim se atravessou muitas vezes» no seu caminho.

«Quando aqui vim e vi o trabalho que é feito, percebi como as pessoas são bem tratadas. Isso respira-se. Uma unidade destas qualifica Castro Marim no quadro regional e nacional», considerou.

Até porque, vincou, a questão das demências «cruza-se sempre no caminho das Misericórdias».

«Nós, nos lares, lidamos com as demências. Todas as semanas nos aparecem pessoas que têm familiares nessa situação. Por isso, ficamos muito agradados quando aparecem Misericórdias que se dedicam ao tema», acrescentou.

Já Francisco Amaral, presidente da Câmara de Castro Marim, lembrou como «uma das primeiríssimas reuniões» que teve, enquanto autarca naquele concelho, foi com provedor José Cabrita.

«Ele disse-me que tinha este sonho. Respondi-lhe que eu, melhor do que ninguém, sabia bem da necessidade que representava este lar e começou a luta, que não foi fácil. Muitos obstáculos foram ultrapassados, um a um, com muita determinação», recordou.

O primeiro dia do Congresso foi ainda composto por apresentações com os temas “Demências: Desafio Nacional”, “Neurobiologia das Demências e Importância do Diagnóstico”, “Estabilização Psicofarmacológica nas Demências, “Investigação Científica nas Demências”, “A Importância da Avaliação Neuropsicológica na Intervenção em Demências” e “Terapias Não Farmacológicas nas Demências – Projeto Brain Booth Camp”.

O segundo dia teve no seu programa temas como “A importância da Audição e Olfato nas Demências”, “A importância da Avaliação Física e Funcional nas Demências”, “Gestão da Incontinência: projeto Smart Care Identifi” e “Impacto da Demência nas Famílias”.

Já a sessão de encerramento contou com a vice-presidente da Câmara de Castro Marim, Filomena Sintra, o presidente do Secretariado Regional da União das Misericórdias Portuguesas, Armindo Vicente, e a diretora técnica da Estrutura Residencial José Cabrita, Iola Fernandes.

 

 

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