Começo da obra da dessalinizadora é «momento histórico» para o Algarve

A obra foi adjudicada a um consórcio luso-espanhol, composto pelas empresas Luságua, Aquapor e GS Inima

Foto: Pedro Lemos | Sul Informação

O «pontapé de partida» foi dado e o momento é «histórico para o Algarve». O contrato de conceção, construção e exploração da futura dessalinizadora foi assinado esta terça-feira, 22 de Outubro, com o primeiro-ministro a apadrinhar uma obra que, acredita, dará uma oportunidade única à região. 

A cerimónia decorreu na sede da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA) e juntou não só Luís Montenegro, como também Maria da Graça Carvalho, ministra do Ambiente, e Manuel Castro Almeida, ministro da Coesão Territorial.

A obra foi adjudicada a um consórcio luso-espanhol, composto pelas empresas Luságua, Aquapor e GS Inima, e será dividida em duas fases.

Na primeira, que durará cerca de 37 meses, está prevista tanto a construção, como o primeiro ano de arranque para verificação das garantias. O custo será de cerca de 103 milhões de euros.

A segunda fase vai ser a exploração da dessalinizadora, com um valor de investimento de 5,1 milhões, e durará três anos.

A dessalinizadora, que ficará localizada no concelho de Albufeira, perto da Praia da Rocha Baixinha, terá uma capacidade inicial de tratamento de 16 milhões de metros cúbicos (m3) de água por ano, mas já está a ser projetada a infraestrutura para que tenha capacidade para tratar até 24 milhões de m3 de água.

 

Isabel Soares, administradora das Águas do Algarve, a assinar o contrato – Foto: Pedro Lemos | Sul Informação

 

Ao todo, é abrangida uma área de um pouco mais de 41 hectares, dividida em 110 parcelas, todas situadas na União de Freguesias de Albufeira e Olhos de Água, no concelho de Albufeira. Os proprietários incluem pessoas individuais, empresas e fundos imobiliários.

Entre os proprietários a expropriar, incluem-se as empresas Seacliff e Pine Sun Cliff, cujos donos anunciaram ter contestado, em tribunal, a posse administrativa, como o Sul Informação noticiou.

No total, toda a obra custará cerca de 108 milhões de euros, mas apenas 54 vêm do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) – os restantes serão assegurados por fundos próprios ou por dinheiros de outros projetos que não avancem.

Para o primeiro ministro Luís Montenegro, o avanço desta obra é um «momento histórico» porque se está a dar «um passo para uma nova oportunidade».

«E essa oportunidade é o aproveitamento da água do mar, algo que, até aqui, não estava disponível. Não é uma oportunidade de somenos», defendeu.

 

 

Luís Montenegro – Foto: Pedro Lemos | Sul Informação

 

Até porque, reconheceu o primeiro-ministro, a dessalinizadora – mas também os outros investimentos como a captação de água no Pomarão – poderão ajudar a «a suster os momentos e a dificuldade que o Algarve tão bem conhece [seca] e que, nos últimos anos, atingiu uma dimensão extraordinária».

Ainda assim, o chefe do Governo fez questão de vincar que não se pode «confundir facilidade com facilitismo». «Não podemos ter a perceção de que tudo está resolvido», disse.

A assinatura deste contrato para a construção da dessalinizadora foi o primeiro momento dos dois dias em que Montenegro estará no Algarve, para a Cimeira Luso-Espanhola que decorre amanhã, 23 de Outubro, em Faro, com Pedro Sánchez, primeiro-ministro de Espanha.

O líder do executivo português aproveitou para dizer que a água será o tema crucial dessa cimeira, prometendo mesmo que será o «momento mais importante» entre Portugal e Espanha, nas questões da água, nos últimos anos.

 

Fotos: Pedro Lemos | Sul Informação

 

 

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