Fábio Fernandes Santos Loureiro, de 34 anos, conhecido como Fábio “Cigano”, é um dos cinco reclusos que no sábado, dia 7 de Setembro, fugiram do estabelecimento prisional de Vale de Judeus, em Alcoentre.
Nascido no bairro social do Poço Partido, na União de Freguesias de Lagoa e Carvoeiro, Fábio Loureiro foi detido em Odemira em 2012, tendo sido condenado a 25 anos de cadeia, pelos crimes de tráfico de menor quantidade, associação criminosa, extorsão, branqueamento de capitais, injúria, furto qualificado, resistência e coação sobre funcionário e condução sem habilitação legal.
No sábado, quando se soube da fuga, o bairro social onde Fábio cresceu e viveu foi passado a pente fino pela PJ e GNR.
Segundo o jornal Público, Fábio já antes tinha sido também condenado a sete anos e meio de prisão por assaltos a residências no Algarve, mas tinha ficado em liberdade a aguardar a decisão de um recurso.
«Para trás ficariam anos de fintas à Justiça, com Fábio “Cigano” — a alcunha por que era conhecido na região onde tinha crescido — a escapar-se sempre entre os pingos da chuva, ora por falta de provas, ora porque outros assumiram as culpas», acrescenta o jornal.
Fábio fcou na mira das autoridades «quando ascendeu à liderança de um gangue juvenil», depois de o primeiro cabecilha ter sido detido em Espanha.
Fábio “Cigano” conduzia carros de luxo e andava sempre armado com uma espingarda automática Kalashnikov. Chegou a disparar com uma metralhadora contra uma vivenda em Albufeira, onde estava um bebé de seis meses, por causa de um ajuste de contas.
Fábio Loureiro caiu muitas vezes na malha da polícia e muitas vezes conseguiu escapar. Em 2011, chegou a ser detido por ter sido apanhado numa operação de combate ao tráfico de droga, mas foi libertado porque um amigo afirmou que os 11 quilos de haxixe apreendidos eram dele e não de Fábio.
Noutras ocasiões, as provas que as autoridades tinham contra o fugitivo revelaram-se circunstanciais e pouco sólidas.
Além de Fábio Loureiro, fugiu da cadeia de Vale de Judeus um outro português, Fernando Ribeiro Ferreira, de 61 anos, condenado a 25 anos pelos crimes de tráfico de estupefacientes, associação criminosa, furto, roubo e rapto, o argentino Rodolfo José Lohrmann, 59 anos, condenado a 18 anos e 10 meses pelos crimes de associação criminosa, furto, roubo, falsas declarações e branqueamento de capitais, procurado por outros crimes na Argentina e na Bulgária, Mark Cameron Roscaleer, 39 anos, britânico, condenado a 9 anos, pelos crimes de sequestro e roubo, e ainda Shergili Farjiani, 40 anos, georgiano, condenado a 7 anos, pelos crimes de furto, violência depois da subtracção e falsificação de documentos.
Ontem, na conferência de imprensa conjunta, em Lisboa, Luís Neves, diretor nacional da Polícia Judiciária, sublinhou o perigo que os foragidos representam, claassificando-os como violentos e afirmando que não hesitarão em matar para se manter em liberdade.
«Estamos a falar de gente muito violenta», disse, acrescentando que os reclusos «tudo farão para continuar em liberdade», até pôr em causa a vida de outros. «O factor vida humana está em causa», alertou mesmo, repetindo o «grau de complexidade e violência» dos homens.
Por isso, o diretor nacional da PJ lançou um apelo: «Peço à população que se abstenha completamente de ter qualquer contacto com estas pessoas. Qualquer informação que tenham, usem os canais normais. Ou seja, o 112».
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