T5:E1 – Valença>>O Porriño
Esta deve ser a temporada final do Caminhante, pois o destino é Santiago de Compostela.
Nas temporadas anteriores, fui desde o Algarve até ao Minho. Segundo os dados oficiais, o comprimento de Portugal Continental é de 561 quilómetros, mas eu andei 846 km a pé. É o que dá não andar em linha reta…
Desta vez não vou sozinho, levo a minha mulher, a M, a filha e o genro, A e P, e os netos, a J e o A. São três gerações a Caminho, e é o completar de um círculo que também começou com a família e amigos.
Na primeira geração, a dos velhos, a M leva uma mochila com história, que já subiu ao Kilimanjaro, a segunda geração já foi caminhar na Nova Zelândia e a terceira, os netos, são escuteiros, pelo que temos condições para chegar a bom termo.
No entanto… a M trilhou uma zona sensível que tem junto ao pulso e fez um derrame – como não havia gelo, três cervejas bem frescas foram o remédio; eu deixei ficar os documentos na casa da filha – o que vale é que os tenho no telemóvel, no id.gov.
Vamos a ver como é que acaba, pois lembro-me sempre duma peregrina que teve que desistir com uma entorse quando estava a cinco quilómetros de Santiago.
Mas pronto, hoje foi ir de Valença, fronteira de Portugal, até O Porriño, Galiza, Espanha.
Tinha combinado acordar às 7 horas da manhã e assim foi. Acordo a M, estranhando o alarme dela não ter tocado. Pois não, o relógio dela estava pela hora portuguesa, enquanto o meu estava já pela espanhola. Estas zonas fronteiriças fazem muita confusão às eletrónicas…
Lá abalámos e tivemos que fazer aquela figura da foto de família a abandonar Portugal.
Andámos às voltas em Tui para conseguirmos tomar o pequeno almoço e metemos, literalmente, os pés ao Caminho – mas não sem antes visitarmos a Catedral.
Esta etapa foi muito variada pois passamos por centros históricos, bosques frondosos e também alcatrão. De destacar a ponte das Febres que nos faz voltar à Idade Média.
Aí perto descobrimos um mamífero que andava dentro de água e que gerou uma discussão entre a malta: era uma lontra pequena, era uma marta…
Mas os nossos especialistas da vida animal, com uma ajudinha do Dr. Google e uma excelente foto do P resolveram as dúvidas: era um vison americano, uma espécie invasora que resolveu vir até cá.
Já vamos encontrando alguns peregrinos, mas o maior grupo era dos escuteiros marítimos do Seixal… um pouco fora da rota, acho eu.
O último troço dos 24 km de hoje até chegar ao Porriño, com calor e em estrada, não foi fácil para um primeiro episódio.
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