O Ministério Público arquivou o processo que investigava Paulo Santos, vice-presidente da Câmara de Faro, por suspeitas de corrupção. Livre de qualquer suspeita, o autarca diz que está com «energia» para continuar a servir a capital algarvia… até ao final do atual mandato.
Num comunicado público, enviado às redações na manhã desta segunda-feira, 9 de Setembro, Paulo Santos diz que celebrou este ano o Dia do Município (7 de Setembro) com um «sentimento renovado» e «livre do peso de um processo que durante cinco anos pairou sobre mim».
O processo – que começou com uma operação denominada “Mercado Livre” – investigou eventuais crimes de participação económica em negócio, corrupção passiva e ativa, peculato, prevaricação e abuso de poderes, envolvendo a Câmara de Faro – e o seu vice-presidente Paulo Santos – e a empresa municipal Ambifaro.
Em declarações ao Sul Informação, o vice-presidente explicou que a decisão do MP já era conhecida, mas só agora o autarca decidiu «torná-la pública», também «impulsionado pelo Dia da Cidade».
No comunicado, Paulo Santos diz que o arquivamento do processo faz com que tenha o «compromisso» renovado para com Faro.
«Este é um momento de balanço, mas sobretudo de olhar para o futuro. Faro merece o melhor de nós, e é por isso que, agora com mais força e liberdade, reafirmo a minha vontade de continuar a servir esta terra que tanto amo e que me viu nascer há 48 anos atrás», lê-se.
Com Autárquicas à porta – já em 2025 – a afirmação – e o timing – usados por Paulo Santos podiam querer dizer mais alguma coisa, mas, questionado pelo nosso jornal, o vice-presidente da Câmara de Faro nega quaisquer segundas intenções.
«O que digo é que estou com energia para cumprir o mandato até ao final. Não tem nada a ver com posicionamentos para as autárquicas. Isso há tempo e não estamos no momento. A intenção do comunicado não foi mais nenhuma do que dar conta da minha energia para trabalhar ate ao final do mandato», garantiu.
Neste comunicado, Paulo Santos agradece ainda o «apoio incondicional dos colaboradores do município, dos meus colegas do executivo autárquico e do presidente Rogério Bacalhau».
«Continuei a trabalhar com a mesma determinação para o desenvolvimento de Faro. E, aos farenses, que me deram o seu apoio ao longo deste percurso, a minha mais sincera gratidão. O vosso incentivo e confiança foram a força que me impulsionou a continuar», acrescenta.
«Não foi fácil. Houve muitas noites em claro e momentos em que custava acreditar no que estava a acontecer, na verdade eu (e alguns próximos de mim) era o único que sabia que nada tinha acontecido que justificasse a existência de um processo. Várias vezes escolhi o recato, evitando a exposição pública. Mas, pelo amor ao trabalho que faço e pela certeza da minha integridade, superei cada desafio, acreditando sempre que a verdade viria à tona e que chegaria o dia em que poderia finalmente partilhar esta mensagem convosco», lê-se ainda.
Paulo Santos conclui dizendo que aguardou com «serenidade, e com confiança na justiça, esta decisão, que sempre acreditei ser o único desfecho possível e que vem reafirmar a minha inocência».
«No entanto, os danos causados à minha vida pessoal e profissional, e àqueles que me são mais próximos, não podem ser apagados», conclui.
Comentários