Era um sonho antigo que este sábado, 7 de Setembro, se tornou mesmo realidade. A Associação Algarvia de Pais e Amigos de Crianças Diminuídas Mentais (AAPACDM) inaugurou as suas novas instalações que também incluem um lar residencial e um Centro de Atividades e Capacitação para a Inclusão (CACI).
O momento fez parte das comemorações do Dia do Município.
Ao Sul Informação, Sandra Gonçalves, diretora de serviços e vice-presidente da direção da Associação Algarvia, explicou como este era um projeto «desenhado há muitos anos» e que só agora se concretizou, com apoio do CRESCAlgarve 2020.
A obra, que começou em Agosto de 2022, está terminada e, além de uma nova sede, a AAPACDM conta também com um lar residencial e um CACI.
«Ambas as respostas têm capacidade para 30 utentes cada uma delas. As vagas já estão preenchidas e ficámos com lista de espera porque esta é uma necessidade enorme tanto para jovens da nossa instituição, como para outros que nos chegam reencaminhados», enquadrou Sandra Gonçalves.
De resto, este tipo de acolhimento «é uma resposta necessária para este tipo de jovens que chegam a uma idade em que os pais já não têm capacidade de os ter em casa», considerou.
«Nós vamos acolher tanto os jovens, como as famílias. Não queremos que seja o típico lar residencial em que as pessoas ficam institucionalizadas: terá muito espaço ao ar livre e diálogo também com os jovens do CACI», acrescentou.
O nome escolhido para este novo edifício não é inocente: o “Compromisso” é uma homenagem à rua onde a AAPACDM esteve durante décadas, desde o final dos anos 60 do século XX.
As instalações, na baixa de Faro, já eram exíguas e não permitiam acrescentar novas valências à associação.
Clara Marques Mendes, secretária de Estado da Ação Social e da Inclusão, participou na inauguração da nova sede da Associação Algarvia, onde teceu rasgados elogios ao trabalho feito pela Câmara de Faro e ao seu presidente Rogério Bacalhau.
«Quero agradecer o trabalho que a autarquia tem vindo a fazer. Este setor tem de ser reconhecido pelo Estado porque nunca falha com as pessoas e a minha vinda aqui é também um sinal desse compromisso e necessidade», disse.
A governante defendeu ainda que tem de «haver uma articulação» numa «área que requer atenção especial».
«Falamos muito de inclusão, mas há muito a fazer. Há um caminho ainda muito longo a fazer, mas temos de ser mais ambiciosos. Temos que olhar para aquilo que é preciso. Estamos a ouvir o máximo de entidades para perceber porque há aspetos que são efetivamente de fácil concretização e fazem a diferença na vida as pessoas», concluiu.
As obras custaram cerca de 5 milhões de euros e a inauguração contou também as presenças de Rogério Bacalhau, presidente da Câmara de Faro, Margarida Flores, diretora Distrital do Instituto de Segurança Social, José Apolinário, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, e Jorge Leitão, presidente da Associação Algarvia.
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