Na Galiza, entre gente do melhor

O segundo dia d’O Caminhante e da sua família foi muito urbano e de estrada, com algumas incursões pela via romana XIX

T5:E2 – Porrino>>Redondela

Nesta temporada, a logística, com a chancela do P, chegou a um patamar muito elevado. Como é evidente chegámos a Porrino todos porquinhos e suados, mas o apartamento onde ficámos tinha máquina de lavar. Como somos muitos, deu para fazer uma barrela e temos toda a roupinha pronta a usar. Lá vão os tempos em que eu “lavava” a roupa enquanto tomava banho.

No final de cada etapa, costumo usar um creme hidratante para aliviar e relaxar as perninhas. Desta vez, usei um que tinha arnica, hipericão e… cannabis! O efeito não é o que se possa pensar, a pele fica muito quente, mas sabe bem para recuperar do esforço.

 

 

Ainda tivemos genica para dar uma volta por Porriño e, além da presença constante dos símbolos do Caminho, têm uma coisa muito interessante que é os muitos bancos que existem para as pessoas se sentarem, descansar e conviver. Torna a cidade mais humana.

À volta para o alojamento, ainda houve malta que subiu ao quarto andar pelas escadas – uns por opção, outros porque, entretanto, o elevador se avariou.

A etapa de hoje ameaçava chuva, mas, após consulta à meteorologia, optámos por demorar mais um bocado à roda do pequeno almoço à espera que a chuva passasse. E passou, pelo que tivemos um ótimo tempo para andar.

 

 

O Caminho hoje foi muito urbano e de estrada, com algumas incursões pela via romana XIX, da qual fomos encontrando alguns marcos miliários. Mas deu para colher/comer as amoras silvestres, as maçãs, e as uvas que estavam à mão de semear.

 

 

Agora começaram a desaparecer as “calles” e os “perros” e a aparecer “rúa” e “can”.

Gosto destas gentes daqui, que são do melhor. Houve uma ocasião em que tivemos que atravessar uma estrada muito, mas mesmo muito, movimentada e quem parou para nós passarmos foi um camião.

 

 

Em Mós, assistimos a um grupo que estava a transportar duas pessoas com deficiência numas cadeiras de rodas especiais, de forma que elas também possam fazer o Caminho.

Perto desta terra, estava o Cruzeiro dos Cavaleiros, com um mapa do Caminho Português, a começar em Faro.

Esse painel também tinha uma pequena lição de história que não resisto a contar. Sabiam que a rainha Santa Isabel, a mulher de D. Dinis, tinha feito a peregrinação, oferecendo a sua coroa ao altar de Santiago e que ela foi enterrada em Coimbra com o seu bordão de caminheira? Também lá dizia que o rei D. Manuel I tinha feito a peregrinação em 1502, desde Lisboa.

 

 

A seguir a Mós, tivemos uma boa subida, mas bem pior foi a descida, tão a pique que a fiz aos ziguezagues, para poupar os joelhos.

Mas a malta de Lisboa é do piorio. Então não é que estiveram ao telefone a trabalhar e agora, ao fim de 17,6 quilómetros ainda vão ter uma reunião virtual? Como não sou de coisas, não vou dizer o nome do indivíduo!!!

 

 

 

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