T5:E6 – Padrón >> Santiago de Compostela
Ontem tínhamos um aviso amarelo de previsão de chuva. Hoje de manhã, devido ao meu incorrigível otimismo, achei que não ia chover. O otimismo durou só até chegar à porta da rua, porque chovia. E choveu, choveu e foi chovendo durante todo o Caminho.
Como resultado disto, os peregrinos eram muito coloridos, vestidos da cabeça aos pés com impermeáveis e ponchos maioritariamente amarelos, vermelhos, verdes e azuis.
Geralmente, o pessoal ia bem equipado, mas também vi malta menos preparada de chapéu de chuva ou com os sapatos enfiados em sacos de plástico.
E detetei duas raridades: um usava um chapéu de praia e outro que tinha decidido que não chovia, ia de camisola e calções como se estivesse a passear sob um sol radioso. Mas chovia!!!
Também voltámos a encontrar os escuteiros marítimos do Seixal, que estavam no seu elemento, a água. Mas acho que a especialidade deles não é bem a água da chuva.
Não sei se já lhes disse que chovia. É verdade, chovia mesmo. De tal modo que, da etapa de hoje, não há grande coisa a dizer, foi um percurso essencialmente urbano, feito com água a pingar do chapéu.
À medida que nos aproximamos de Santiago de Compostela e os marcos vão indicando cada vez menos quilómetros em falta, parece que tudo se vai tornando mais fácil. Mesmo com a chuva.
E, ao fim de 51 dias (divididos em cinco temporadas) e 980 quilómetros percorridos a pé, estava em frente à Catedral de Santiago de Compostela. O sentimento foi forte, misto, de satisfação e de tristeza, e o motivo é o mesmo: acabei de fazer o Caminho de Santiago!!!
Notas finais:
– Foi com muito orgulho que fiz esta última temporada do Caminho com a família. As três gerações estão de parabéns.
– Os amigos estiveram sempre presentes. Mesmo quando não estavam fisicamente, estavam. E estão.
– Podem perguntar porque é que O Caminhante resolveu fazer o Caminho. Por definição, o Caminhante é aquele que caminha. Agora se é essa a resposta…
Comentários