T5:E4 – Caldas de Reis >> Padrón
O nosso jantar de ontem começou com uma ronda pelas farmácias para reposição dos stocks. Para descanso dos vindouros peregrinos, ainda deixámos suficientes cremes, pomadinhas e emplastros no comércio local de Caldas de Reis.
Por falar nisso, foi colocado em emplastro numas costas, no sítio onde ontem doía. Então não é que a dor fugiu do emplastro e mudou de sítio?
Mas vamos à etapa. Mais uma vez, um bom percurso, durante muito tempo passado numa daquelas florestas mágicas, cheia de grandes árvores cobertas de musgo, em que estamos à espera de ver aparecer duendes e fadas.
À falta de duendes e fadas, temos peregrinos e bicigrinos, cuja convivência em trilhos estreitos nem sempre é pacífica.
E hoje fomos testemunhas de um acidente, ao quilómetro 32, quando uma bicigrina tentava ultrapassar uma peregrina. Só que esta levava auscultadores nos ouvidos, não ouvia nada, nem a campainha, pelo que, quando a bicicleta lhe tocou, ela volta-se, assusta-se, tropeça e cai, para o lado do talude. Felizmente, não houve danos graves.
Também aconteceu outro acidente com o pessoal do grupo, quando alguém (que não eu) deu uma cabeçada num sinal stop, sem consequências de maior.
Isto de vir com os miúdos é interessante. Um passatempo que eles têm é o transporte de pedras. Eles pegam numa pedra que esteja em cima de um dos marcos oficiais do Caminho (e há muitos marcos com muitas pedras) e deixam-na no marco seguinte, levando outra de troca para fazer o mesmo no próximo marco. Em teoria, saltando de marco em marco, alguma há-de chegar a Santiago.
Outra atividade, mais científica, é o registo de plantas e insetos no iNaturalist, uma base de dados mundial aberta, que é consultada por curiosos e cientistas para saber a biodiversidade naquele local e naquele momento. Mais uma vez, se quiserem saber mais, consultem o Dr. Google.
Agora imaginem o que é depararmo-nos no Caminho com duas pessoas paradas e agachadas a tirar fotos aos bichos e plantas. Há quem se aproxime curioso e quem pergunte se houve algum problema.
O almoço de alguns, hoje, a meio da etapa foi mesmo de peregrino: lentilhas com chouriço. E que bem que soube.
Quando estávamos quase a chegar, houve um velho peregrino que veio perguntar a idade do neto. É que o sonho dele era fazer o Caminho com os netos. Este meu sonho está quase realizado.
Quando chegámos a Padrón, após 19,5 quilómetross, tivemos uma agradável surpresa: imaginem que o apartamento tem uma sala com passadeira, elíptica e
outros aparelhos de ginástica. Era mesmo o que estávamos a precisar!!!
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