No Algarve, o ano letivo começou com pelo menos 126 professores em falta, o que afetará cerca de 13 mil alunos.
Os dados, avançados ao Sul Informação por fonte oficial da FENPROF, na quarta-feira ao final da tarde, dão ainda conta de que os grupos em maior carência são os da educação especial, português e história.
«Em termos gerais [e comparando com o ano anterior], está a acontecer um agravamento da falta de professores pois são mais os horários por colocar de grupos específicos», disse ao Sul Informação João Pereira da FENPROF.
Ainda de acordo com a mesma fonte, os concelhos com mais professores em falta até quarta-feira passada eram Faro (18), Lagos (15), Silves (14) e Portimão, Loulé e Olhão (13).
Apesar de a falta de professores afetar escolas de todo o país, o Algarve, Alentejo e Lisboa são as zonas mais massacradas.
«Na zona norte temos mais professores a serem formados, professores que acabam também por escolher ficar lá», explicou João Pereira.
Numa nota enviada às redações no passado dia 12 de Setembro, a FENPROF divulgou que, nas chamadas Reservas de Recrutamento, ainda havia, a nível nacional, cerca de 15 mil docentes por colocar, sendo mais de 70% de Educação Pré-Escolar, 1.º Ciclo, Educação Física e Educação Especial.
«As medidas do governo para mitigar o problema são limitadas, muito dependentes de haver quem esteja disponível e considere que o incentivo criado é apelativo, sendo pouco ou nada ambiciosas no que respeita à possibilidade de recuperar a maior parte dos 14 500 docentes que, nos últimos 6 anos, abandonaram a profissão», frisavam.
Em relação ao concurso extraordinário para professores, aberto a quem não tem formação em ensino, as opiniões dividem-se.
Paula Couto, professora e diretora do Agrupamento de Escolas Gil Eanes, em Lagos, é uma das que concordo em pleno com a medida.
Formada em engenharia, a profissional relembra «que a geração de professores dos anos 80 e 90 começou toda assim».
«Sou a favor e espero que o Governo agora lhes proporcione, em serviço, os cursos de complemento para a educação. Que entrem todos os mais novos, para que os mais velhos também lhes possam passar o conhecimento que têm. É preciso professores jovens, sem esta medida era impossível, não havia professores», rematou Paula Couto.
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