Centro Ciência Viva do Algarve chega aos 27 anos com muita “literacia, arte e ciência”

Aniversário celebra-se hoje com entrada gratuita no centro

Foto: Beatriz Bento | Sul Informação

Apostar na “literacia, arte e ciência” tem sido o trabalho do Centro Ciência Viva (CCV) do Algarve, em Faro, que este sábado, 3 de Agosto, completa 27 anos. 

Há quase três décadas a contribuir para a educação em ciência no Algarve, este, que foi o primeiro CCV a ser criado em todo o país, celebra mais uma data importante com a apresentação de uma nova exposição, com o título «Literacia, Arte e Oceano».

«O objetivo é dar a conhecer os assuntos atuais à população e, por isso, falamos em literacia do oceano e literacia científica no geral. Este exemplo alerta para os problemas que existem atualmente, como o plástico. Há muitas pessoas que já conhecem o assunto, mas há umas coisas que ainda estão a ser estudadas, nomeadamente as que têm que ver com a degradação do plástico, que faz com que muito passe para a nossa alimentação», diz Cristina Veiga-Pires, diretora executiva do CCV do Algarve desde 2015, ao Sul Informação. 

Esta exposição, coordenada por um estudante de mestrado da Universidade do Algarve, em conjunto com alunos de algumas escolas, pode ser visitada de forma gratuita este sábado e mediante compra de bilhete no horário habitual do centro, nos restantes dias.

Mas a exposição é apenas uma das atrações do CCV de Faro, que, este ano, desenvolveu inclusive um novo projeto – a Escola Ciência-Viva.

 

Foto: Beatriz Bento | Sul Informação

 

«O nosso público principal são os mais novos, embora gostasse muito de chegar também a outras faixas etárias. Mas os mais novos são um público que temos trabalhado muito. Temos um espaço no qual recebemos, durante uma semana, uma turma que vem fazer a escola aqui no centro e aproveita para desenvolver atividades e conhecimento», explica a responsável.

De acordo com Cristina Veiga-Pires, os mais novos são os que estão mais alerta para os temas do ambiente e do mar, «porque os professores, na escola, também trabalham isso». No entanto, na sua opinião, «é preciso continuar esse trabalho ao longo da vida – no primeiro, segundo ciclo e no secundário – para que nunca se esqueçam».

Com os olhos postos no futuro, a diretora executiva destaca ainda que um dos objetivos do CCV Algarve é «continuar a apostar na acessibilidade, inclusão e sustentabilidade», sendo que, para isso, foram feitas alterações pontuais.

«No nosso jardim, por exemplo, tínhamos um sítio com água e retirámos a água porque tínhamos de estar sempre a repor por causa da evaporação. Vamos também começar a colaborar com a Mina de Sal Gema, em Loulé, que disponibilizará água salgada para os nossos laboratórios. Na estufa, estamos a fazer as nossas próprias microalgas para a alimentação e reestruturámos a estação de plásticos, que está pronta a receber pessoas para fazerem as suas formas», explica a diretora.

 

Foto: Beatriz Bento | Sul Informação

 

Tal como já havia sido anunciado no 26º aniversário, está também em andamento o novo observatório “A Casa”,  que será «aberto à cultura científica, ao ambiente, sustentabilidade e artes».

O equipamento terá «uma sala multiusos, um laboratório, uma escadaria, que será não só o acesso, mas também um anfiteatro aberto, ao ar livre, para se poder desfrutar da nossa ria e desenvolver outro tipo de atividades culturais».

«Os financiamentos da CCDR estão agora a sair e ainda estamos em negociação com algumas entidades para ter todas as luzes verdes. Até Dezembro, esperamos ter tudo pronto a avançar, estar construído é um objetivo para 2025», remata.

O CCV Algarve está aberto de terça-feira a domingo, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00.

Este sábado, devido ao aniversário,  a entrada é gratuita, sendo que as atividades começam às 10h00, com a abertura da exposição.

Segue-se o soprar das velas e as sessões de Planetário (10h30, 12h00, 14h30 e 16h00) e os Shows de Ciência (11h00 e 15h00). Mas haverá ainda atividades na estufa, estação de reciclagem, laboratório e muito mais.

 


A missão dos Centros Ciência Viva é promover a cultura científica e a inovação, assumindo a experimentação, a ligação à prática e a colaboração entre comunidades científicas, culturais, de raiz local, valorizando o território envolvente com a prestação de serviços de educação, ciência, tecnologia e criatividade.
Criado por impulso do algarvio José Mariano Gago, então Ministro da Ciência e Tecnologia, o Centro Ciência Viva do Algarve foi inaugurado em 3 de agosto de 1997, nas antigas instalações do Bombeiros Municipais de Faro, paredes meias com a Ria Formosa e contando, desde a primeira hora, com o apoio dos Municípios de Faro, Loulé e Albufeira e a parceria estreita da Universidade do Algarve, alargando à região algarvia um programa governamental iniciado em 1996 dedicado à promoção da educação e da cultura científica.
Em 1998, o programa transformou-se numa associação de instituições científicas, adotando a designação Ciência Viva – Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica e iniciou uma expansão que a transformou numa organização implantada à escala nacional, com uma rede de vinte Centros de Ciência espalhados por todo o território, que alimenta um movimento social em prol da ciência e da cultura científica envolvendo centenas de milhares de investigadores e cidadãos, alunos e professores, jovens e adultos.

A Ciência Viva constituiu-se, desde o início, como um programa aberto e promotor de alianças entre diferentes sectores da sociedade portuguesa, das universidades às escolas do ensino básico, das empresas aos laboratórios de investigação, das autarquias às associações privadas e às organizações profissionais.

Visando melhorar e reforçar o trabalho dos Centros Ciência Viva (CCV) e prosseguindo o objetivo de acelerar a transição digital e melhorar a eficiência e eficácia do sistema de educação e formação, o Programa Regional CRESC Algarve2020 apoiou a produção de recursos didáticos digitais (RDD) para os alunos, docentes e formadores da região por parte dos três centros atualmente existentes no Algarve (Faro, Lagos e Tavira), numa parceria alargada com a Universidade do Algarve, Instituto do Emprego e Formação Profissional e Turismo de Portugal, estes últimos tendo com destinatários os respetivos alunos/formandos.

Igualmente, os Fundos Europeus geridos na região foram determinantes para a concretização de projetos de maior dimensão envolvendo os CCV e as comunidades locais, nomeadamente nos domínios da oferta turística sustentável e da preservação e valorização do património histórico e natural, e para a criação e dinamização de dezassete Clubes Ciência Viva em agrupamentos e escolas do Algarve, promovendo a literacia da Ciência.

 

Fotos: Beatriz Bento | Sul Informação

 

 

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