Sabia que as Grutas do Barrocal Algarvio são objeto de estudo por equipas internacionais de investigação, lideradas por cientistas nacionais, em áreas tão diversas como a biodiversidade, o campo magnético terrestre, a paleoclimatologia e a ecologia?
Para falar sobre esse tema, o Centro Ciência Viva do Algarve, em Faro, promove no domingo, 1 de Setembro, a partir das 16h00, um seminário sobre as Grutas do Barrocal Algarvio.
Neste seminário, integrado no projeto Barrocal Cave, haverá a «oportunidade de desvendar alguns dos segredos que as grutas algarvias têm revelado nestes domínios científicos e compreender a sua importância,», explica o CCV Algarve.
Serão oradores Ana Sofia Reboleira, professora no Departamento de Biologia Animal da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Eric Font, professor no Departamento de Ciências da Terra da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, e Maria Alexandra Oliveira, investigadora na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
Assim, Ana Sofia Reboleira vai falar sobre «Algarve – hotspot de biodiversidade cavernícola de classe mundial».
Ana Sofia Reboleira é professora no Departamento de Biologia Animal da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. É doutorada em Biologia, mestre em Ecologia, Biodiversidade e Gestão de Ecossistemas e licenciada em Biologia pela Universidade de Aveiro.
Foi professora na Universidade de Copenhaga, professora visitante na Universidade de Macquarie, em Sydney, na Austrália, e visitante na Universidade de Harvard nos USA.
Foi distinguida com o prémio Villum Young Investigador, destinado a jovens investigadores excecionalmente talentosos em ciências técnicas e naturais na Dinamarca; e recentemente com o Prémio Fundação Belmiro de Azevedo 2023, na área da Conservação, restauro e monitorização da biodiversidade em Portugal.
Autora de mais de uma centena de publicações científicas, lidera o grupo de investigação em Ecologia Subterrânea no Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (cE3c). O seu trabalho revelou um novo hotspot mundial de biodiversidade subterrânea em Portugal.
Já descreveu mais de 70 novas espécies e géneros para a ciência, e liderou expedições em 5 continentes.
Por seu lado, a palestra de Eric Font irá abordar o tema «Como as estalagmites registam a variação do campo magnético terrestre e do clima».
Eric Font é professor no Departamento de Ciências da Terra da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra e investigador no Instituto Dom Luís da Universidade de Lisboa, Portugal.
Doutorou-se em Geofísica e Geociências em 2005 na Universidade de São Paulo (Brasil) e Toulouse (França). A sua principal área de especialização em investigação é o paleomagnetismo acoplado a outras ferramentas geológicas (quimioestratigrafia, mineralogia).
A sua investigação centra-se em diversos desafios geocientíficos, como o tempo e a duração das consequências do paleomagnetismo na Terra, a remagnetização em grande escala e a sua ligação com eventos tectónicos, registos de alta frequência do campo magnético e clima da Terra em estalagmites de grutas.
Maria Alexandra Oliveira, atualmente investigadora na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e doutorada em Geologia pela Universidade de Lisboa, falará sobre «Princípios de deteção remota e sua aplicação em ecologia».
A sua investigação fundamental foca-se no estudo de eventos extremos e alterações climáticas com base em indicadores geológicos.
Em paralelo, tem extensa formação e experiência em análise e processamento de dados espaciais, quer na área de investigação quer em empresas.
Neste contexto, tem trabalhado em vários projetos colaborativos como cientista de dados de deteção remota de satélite, aéreos e terrestres, com aplicação em ecologia, caracterização da poluição atmosférica e aquática e modelação com recurso a ferramentas de aprendizagem automática.
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