Jornalista do Sul Informação galardoada no Prémio de Jornalismo “Os Direitos da Criança em Notícia”

Pela sua reportagem «Em Tavira há um autocarro sem rodas que leva as crianças à escola»

Mariana Carriço recebe o diploma das mãos de Rosário Farmhouse

Mariana Carriço, o mais jovem elemento da equipa do Sul Informação, foi galardoada hoje à tarde na entrega do Prémio de Jornalismo “Os Direitos da Criança em Notícia”, que decorreu no salão nobre do Teatro da Trindade, em Lisboa.

Mariana Carriço ganhou uma Menção Honrosa na categoria de Imprensa Regional/online, pela sua reportagem «Em Tavira, há um autocarro sem rodas que leva as crianças à escola», publicada aqui.

O Prémio de Jornalismo “Os Direitos da Criança em Notícia” é promovido anualmente pelo Fórum sobre os Direitos das Crianças e dos Jovens, patrocinado pela Sociedade Portuguesa de Autores.

Esta distinção anual tem como objetivo valorizar trabalhos jornalísticos de referência, tendo presentes os direitos estabelecidos pela Convenção sobre os Direitos da Criança, bem como os princípios legais, éticos e deontológicos relativos à forma como são divulgados temas sobre crianças e jovens.

Os membros do júri que avalia e seleciona os trabalhos são Ioli Campos, professora na Universidade Católica Portuguesa e na Universidade Nova de Lisboa, parceira do Fórum sobre os Direitos da Criança, Manuel Pinto, professor da Universidade do Minho, e ainda Lídia Maropo, professora no Instituto Politécnico de Setúbal (parceiro do Fórum sobre os Direitos da Criança) e investigadora no CICS.NOVA.

De acordo com José Jorge Letria, presidente da Sociedade Portuguesa de Autores, “o apoio a este prémio contribui para estimular o trabalho dos jornalistas e a sua liberdade de escrita e de observação da realidade. Os jornalistas também são autores e por isso este apoio é forte e empenhado”.

Por sua vez, os membros do júri salientam a qualidade das peças a concurso, a grande diversidade de temas e a forma aprofundada com que foram feitas, cumprindo e assegurando as exigências e requisitos do prémio.

 

 

Lista completa dos prémios:

Categoria de Televisão:

Os jornalistas Filipe Pinto, da RTP e Catarina Marques, da SIC, venceram, ex aequo, o primeiro
lugar.

Catarina Marques, SIC – As lágrimas não se fazem ouvir
De acordo com os membros do júri, “O conceito de bullying não é novo para ninguém, mas se o problema persiste, é preciso continuar a falar dele. Esta reportagem fá-lo de forma muito sóbria e completa. (…) Contribui para uma melhor compreensão da complexidade do problema, identificando múltiplos fatores, sem sensacionalismo. Apresenta de forma destacada a perspetiva de adolescentes sobre a problemática”.

Filipe Pinto, RTP – O sonho acaba aos 15
Segundo o júri, “trata-se de uma reportagem muito bem desenvolvida do ponto de vista jornalístico e põe a nu um chocante incumprimento dos direitos das crianças: a lei portuguesa não permite a adoção de crianças institucionalizadas acima dos 15 anos, mesmo que haja vontade de todos os envolvidos: família adotante, criança e instituição. Irmãos acabam a ser separados por causa da lei e deixam de ser irmãos aos olhos da lei. A peça alerta para o superior interesse da criança e promove a visibilidade de uma problemática ainda pouco debatida.”
Nota: Já depois da transmissão desta reportagem, a lei foi alterada.

Categoria de Rádio

O prémio de rádio também foi atribuído ex aequo a duas jornalistas do Grupo RTP: Celina Faria da Antena 1 e Isabel Meira, da Antena 2.

Isabel Meira, RTP/Antena 2 – A fome todos os dias
O júri considerou que se trata de “um trabalho jornalístico radiofónico notável, em termos de construção narrativa, de qualidade das vozes, das sonoridades e da montagem, em torno de uma problemática social e política de primeiro plano: a fome no Brasil. Apresenta riqueza de pontos de vista (moradores de rua, ativistas, investigadores, igreja e governo) e um enquadramento público-político sobre um problema que afeta milhões de crianças brasileiras”.

Celina Faria, RTP/Antena 1 – A cor do beijo
Na avaliação global, o júri afirma tratar-se de “Uma reportagem bem realizada que nos conta a história do acolhimento a refugiados ucranianos em Portugal, com especial foco para a inclusão das crianças na escola. Apresenta dados contextuais sobre a problemática, ouve inúmeras fontes (quatro professores, três adultos e duas crianças/adolescentes refugiados, além de representante da Associação de Ucranianos na Madeira). Apresenta um panorama aprofundado sobre os desafios e esforços para a integração”.

Categoria de Imprensa Nacional/Online

Nesta categoria, o júri atribuiu o primeiro lugar, também ex aequo, às jornalistas Patrícia Carvalho, do jornal Público, e Joana Ascensão, do Expresso.

Patrícia Carvalho, Público – Agem sempre como se nos estivessem a fazer um favor. E isso é o pior.
“Apesar de a Constituição da República Portuguesa garantir que todas as crianças têm “direito à proteção da sociedade e do Estado, com vista ao seu desenvolvimento integral, especialmente contra todas as formas de abandono, de discriminação e de opressão e contra o exercício abusivo da autoridade na família e nas demais instituições”, esta reportagem revela de modo aprofundado as dificuldades enfrentadas pelas crianças com necessidades educativas especiais no acesso a ATL e a outras atividades extracurriculares”. Estas são as principais razões pelas quais o júri distinguiu este trabalho.

Joana Ascensão, Expresso – Filhos únicos na Terra
Relativamente a este trabalho sobre a desertificação, o júri salienta o facto de ser “Um problema que tem sido frequentemente representado pelos media, geralmente sob o ângulo do isolamento dos idosos nas aldeias, mas que esta reportagem mostra como é a experiência de se crescer numa dessas aldeias, como é brincar onde não existem mais crianças. Apresenta riqueza de dados contextuais, um grafismo rico, relatos de casos e ouve fontes diversas, entre especialistas sobre demografia e infância, famílias e jovens.”

Imprensa Regional/online

Este foi o primeiro ano em que a imprensa regional foi galardoada com o primeiro lugar.

Do jornal “Diário do Alentejo” receberam o prémio, ex aequo, Nélia do Carmo Pedrosa e Marco Monteiro Cândido.

Nélia do Carmo Pedrosa, Diário do Alentejo – Bilingue – Escola de Referência para a Educação Bilingue do Distrito de Beja acompanha oito alunos com vários graus de surdez.
O júri premiou esta reportagem que “Descreve como é o ensino na única escola de referência para a educação bilingue de alunos surdos no distrito de Beja, um trabalho que revela como o acesso ao ensino bilingue pode ser importante na inserção socioprofissional de quem tem deficiência auditiva. O texto está muito bem construído, tem várias fontes (jovens, pais, professores e responsável pela educação bilingue em Beja), esclarece aspetos legais sobre a questão e discute as políticas públicas na área, contribuindo para a inclusão social destas crianças.”

Marco Monteiro Cândido, Diário do Alentejo – Quando a diferença não é ser diferente.
Neste caso, o júri valorizou o “Trabalho local sobre a vida de crianças com síndrome de asperger, um transtorno do espectro autista. O jornalista incorpora os pontos de vista dos jovens com autismo, familiares e psiquiatra e explica com riqueza de detalhes as características da síndrome. Uma história contada de modo vibrante e que contribui para desmistificar estereótipos sobre crescer com autismo”.

Menções Honrosas:

Categoria de Televisão:
Miriam Alves, da SIC, com a reportagem O mínimo garantido?
Carla Adão, da RTP, com o trabalho Passos de Coragem.

Categoria de Rádio:
Daniela Espírito Santo, da Rádio Renascença, com a peça Nos bastidores do TikTok.

Categoria de Imprensa Nacional/Online:
Inês Chaíça, do Jornal Público, com Os miúdos não estão bem: o impacto da pandemia na saúde mental dos mais novos.
Inês Vanessa Pinto Pereira e Inês de Araújo e Silva, do JPN-Jornalismo PortoNet, com o trabalho No país das não-crianças.

Imprensa Regional/online
Mariana Neto Carriço, do jornal Sul Informação, com Em Tavira, há um autocarro sem rodas que leva as crianças à escola.

 

 

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