Governo reduz quota de água para agricultura e golfes na barragem de Odeleite

Após mais uma reunião da Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos Efeitos da Seca

Barragem de Odeleite – Foto: Flávio Costa | Sul Informação (Arquivo)

O Governo decretou hoje, quinta-feira, uma redução em 20% da quota de água para uso agrícola e para campos de golfe, na Barragem de Odeleite, em Castro Marim, na sequência da 14ª reunião da Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos Efeitos da Seca.

No que toca aos campos de golfe, esta medida é agravada no caso destes terem capacidade de reutilização de águas residuais, com a limitação a aumentar para 50%.

Ainda durante o mês de Junho, será lançada uma campanha no Algarve dedicada à moderação do consumo de água, dirigida a todos os cidadãos.

Além destas medidas focadas no Algarve, o ministro do Ambiente anunciou a criação de uma “task force” para rever os títulos de utilização dos recursos hídricos que foram atribuídos e impôs uma redução de 15% do consumo de água de massas subterrâneas.

Numa conferência de imprensa, o governante revelou que Portugal Continental tinha, no fim de Maio, 36% do território em seca severa ou extrema, incidindo especialmente no sul do país.

Citando dados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), Duarte Cordeiro disse que a 30 de Maio 28% do território estava em seca severa e 8% em seca extrema, afetando especialmente as zonas do vale do Tejo e sul do país.

O ministro adiantou ainda que no mês de Maio a precipitação foi 35% abaixo do normal e alertou para “níveis críticos” de água no solo, especialmente no sul de Portugal.

As previsões, alertou, são de que se continuarão a registar temperaturas do ar acima da média.

Em relação à capacidade das albufeiras, de acordo com os dados da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) citados pelo ministro, a situação é hoje melhor do que em igual período do ano passado, quando as albufeiras estavam a 65% da capacidade, em contraponto com os 79% de agora.

Exceção, disse depois, para algumas albufeiras do sul.

Quanto às águas subterrâneas do país os níveis “estão muito baixos”. E algumas zonas do país, nomeadamente no litoral alentejano e no Algarve, estão em situação crítica, “e algumas delas piores do que no ano passado”, com níveis de capacidade de água reduzidos.

“A situação do Algarve em particular é pior do que no ano passado, quer na zona do barlavento, quer na zona do sotavento”, disse Duarte Cordeiro.

A situação em Espanha em termos de reservas de água está pior do que a portuguesa, com 48% de capacidade nas albufeiras, disse ainda o ministro, garantindo que os acordos com Espanha no domínio da água estão a ser cumpridos.

A comissão de acompanhamento dos efeitos da seca reuniu-se hoje pela segunda vez este ano, juntando os ministros do Ambiente e Ação Climática, Duarte Cordeiro, e a ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes.

 

 

 

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