Culatra2030 ganha Prémio Verde e fôlego para continuar a transição energética

Para André Pacheco, coordenador do projeto, o prémio é «um incentivo» ao trabalho que está a ser desenvolvido

O projeto piloto de criação de uma Comunidade de Energia Renovável na Culatra, que está a ser promovido pela C-Coop, no âmbito do projeto Culatra2030, venceu os Prémios Verdes da Revista Visão e Águas Portugal, na categoria Energias Verdes.

O prémio foi entregue a Jóni dos Santos, presidente da C-Coop – Cooperativa para o Desenvolvimento Sustentável da Ilha da Culatra, a entidade promotora do projeto “Culatra 2030 – Comunidade Energética Sustentável”, aprovado pela ERSE em Janeiro de 2023, e a André Pacheco, coordenador da iniciativa Culatra2030 e investigador do Centro de Investigação Marinha e Ambiental da Universidade do Algarve, numa cerimónia que teve lugar em Lisboa, na segunda-feira, dia 5.

Segundo André Pacheco, este prémio «significa o reconhecimento da sociedade civil do trabalho feito no Núcleo Piscatório da Ilha da Culatra em prol da sustentabilidade ambiental do território».

«Sobretudo, é um incentivo à C-Coop, formada exclusivamente por culatrenses, cooperativa que capitalizará os resultados do Culatra2030, a continuar a trilhar o caminho iniciado em 2019», acrescentou.

 

 

Para o coordenador do Culatra2030, o reconhecimento público de boas práticas «une a comunidade em torno de um objetivo comum e é fundamental para a Culatra se adaptar de forma sustentável ao território que habita, em pleno Parque Natural da Ria Formosa».

Essa adaptação passa por «encontrar novos mecanismos de responsabilidade social e ambiental, como a criação de um mercado descentralizado de energia renovável na ilha, boas práticas de economia circular, de gestão de água e dos resíduos», tornando a Culatra «mais resiliente a futuros cenários de alterações climáticas».

O projeto “Culatra 2030 – Comunidade Energética Sustentável” conta já com cinco instalações fotovoltaicas que cobrem 25% das necessidades energéticas da ilha, uma unidade de armazenamento de eletricidade e um barco movido a energia solar. Este projeto integra, ainda, um modelo de gestão de resíduos de água, além de criar novos mecanismos de responsabilidade social.

A Ilha da Culatra é uma das seis ilhas piloto que vai receber apoio do Secretariado Europeu para a energia limpa nas ilhas. A criação de uma Agenda de Transição Energética nesta ilha da Ria Formosa, no Algarve, posicionará a região como centro de excelência em investigação e formação em energias renováveis.

Pretende-se ainda criar pontes efetivas entre a comunidade local, a investigação no setor renovável e as empresas, promovendo a sustentabilidade ambiental e a adaptação da ilha às alterações climáticas.

Na mesma cerimónia, a algarvia Joana Schenker recebeu uma menção honrosa na categoria Inspiração, graças ao seu projeto “Schenker School Tour”, no âmbito do qual, e com o apoio da Fundação Oceano Azul e Oceanário de Lisboa, as suas palestras chegaram «a mais de 12.700 alunos por todo o país, inspirando e aproximando milhares de jovens das temáticas ligadas ao oceano», segundo a Associação Bodyboard Sagres.

Esta foi a 2ª edição dos Prémios Verdes, que, segundo os seus promotores, se destinam «a premiar pessoas individuais, empresas e organizações que mais se destacam em Portugal na área do ambiente».

Outro objetivo da iniciativa é «reconhecer, divulgar e premiar boas práticas e exemplos de excelência que se destacam pelo seu contributo para o ambiente e desenvolvimento sustentável, no quadro da atual emergência climática».

 

 

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