Associação de Regantes do Sotavento disposta a pagar projeto e EIA da Barragem da Foupana

Custos a assumir «em partilha com o Estado ou com a empresa Águas do Algarve»

Ponte na ribeira da Foupana – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

A Associação dos Beneficiários do Plano de Rega do Sotavento do Algarve «está disposta a começar já e a assumir os custos do projeto e do Estudo de Impacte Ambiental» da Barragem da Foupana.

Esta assunção dos custos será feita «em partilha com o Estado ou com a empresa Águas do Algarve», anunciou hoje aquela entidade, presidida por José Macário Correia, atual agricultor, antigo secretário de Estado do Ambiente e ex presidente das Câmaras de Tavira e Faro.

Em comunicado, a Associação de Regantes do Sotavento afirma que não quer «sentir a culpa de nada fazer e ficar com a consciência pesada perante a indecisão».

Os Regantes acrescentam que a bacia da Foupana requer «há muito» uma barragem, «com mais capacidade do que Odeleite e junto desta. Seria fácil reforçar com a Foupana todo o Sotavento e o Algarve Central para as necessidades do próximo quarto de século».

«O que seria normal era estar-se já a fazer o projeto, para ter a barragem daqui a 10 anos», sublinham. Ora, na opinião daquela Associação, «ninguém das autoridades do Estado está a fazer nada por isso».

Os Regantes do Sotavento recordam, no seu comunicado, que «nos últimos cerca de 40 anos fizeram-se 4 grandes barragens no Algarve»: Beliche em 1986, Funcho em 1993, Odeleite em 1997 e Odelouca em 2009.

«Mas há quase 15 anos que nada se decide a respeito de armazenar água para a saúde pública e para o desenvolvimento da economia regional».

«No princípio dos anos 80 do século passado, o Algarve teve uma seca acentuada e não tinha nenhuma solução consistente de abastecimento de água às redes urbanas a não ser por furos que iam secando e salgando», lembram.

Depois da inauguração dessas quatro novas barragens, que se juntavam ao Arade (1955) e à Bravura (1958), «ficou a região, nos consumos urbanos, turísticos e agrícolas, salvaguardada».

No entanto, acrescenta a Associação de Regantes do Sotavento, «passados 15 anos, a população cresceu, o turismo também, a agricultura de regadio prosperou e os anos secos tocaram-nos na última meia dúzia de anos».

Só que «decisões para se armazenar mais água: nenhuma».

Sobre a anunciada obra de instalar uma conduta que ligue o rio Guadiana, no Pomarão, até à barragem de Odeleite, que até é um dos investimentos previstos no Plano de Eficiência Hídrica do Algarve, os Regantes dizem que, «certeza quanto à sua execução, não há. Sabe-se que o assunto não está resolvido».

Por tudo isso, a Associação afirma que «não podemos cruzar os braços resignadamente. A Foupana é urgente».

«Queremos a Foupana, a economia do Algarve precisa dela e não se pode adiar mais», concluem.

 

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