Primeiro ministro António Costa não aceita a demissão do ministro João Galamba

“O noticiário político tem sido marcado por um deplorável incidente, a todos os títulos deplorável”, começou por dizer o primeiro ministro

António Costa – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação (arquivo)

 

O primeiro ministro António Costa acaba de anunciar que não aceita a demissão do ministro das Infraestruturas, apresentada hoje ao início da noite por João Galamba.

Numa conferência de imprensa à porta da residência oficial de São Bento, em Lisboa, Costa começou por dizer que Galamba lhe enviou uma carta com o pedido da demissão, num gesto que classificou como “nobre”. No entanto, o líder do Governo diz que não o aceita.

“Trata-se de um gesto nobre que eu respeito, mas que, em consciência, não posso aceitar”, declarou António Costa aos jornalistas.

A experiência de trabalho com Galamba como secretário de Estado e ministro “não permitem” a Costa aceitar a sua demissão. “Não lhe é imputável pessoalmente qualquer falha”.

Segundo o chefe do governo, o ministro “não procurou de forma alguma ocultar qualquer informação à comissão parlamentar de inquérito”.

“Não só não tenho nenhum indício de que procurou ocultar, como foi quem disponibilizou a informação à CPI”, disse ainda.

Costa referiu-se ainda ao pós-demissão do adjunto de Galamba e repetiu que, no computador que este levou, “havia informação classificada”. “Esse comportamento será investigado pelas autoridades competentes”, salientou.

E sobre quem “participou às autoridades o roubo do computador com documentação classificada”, Costa disse que é “o que se exige a qualquer servidor do Estado”.

“Em consciência não posso aceitar esta demissão», repetiu.

“Ao contrário do que tenho ouvido, não houve instruções ou ordens de qualquer membro do Governo, a começar por mim”, para que os órgãos agissem, disse ainda António Costa.

Acrescentou não ter “nenhuma razão” para entender que o SIS agiu à margem da lei.

Depois de voltar a pedir desculpas ao portugueses, o primeiro ministro sublinhou: “Nem sempre é fácil tomar decisões. Seria muito mais fácil seguir a opinião unânime dos comentadores e aceitar a demissão, ouvir a generalidade dos agentes políticos, mas entre a facilidade e a minha consciência, lamento desiludir os que vou desiludir, mas escolho a minha consciência”.

 

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