Museu de Portimão recorda “Manuel Guerreiro, O Homem do Jazz” com exposição «de tributo»

Exposição temporária abre no dia 20 de Maio

“Manuel Guerreiro, O Homem do Jazz” é o título da nova exposição temporária que o Museu de Portimão vai inaugurar no dia 20 de Maio, às 17h00.

O amor pela música e a paixão pelo jazz do portimonense Manuel Guerreiro (1932-2005), o seu relevante e criativo percurso musical e o reconhecimento de uma intensa atividade artística, entre os seus e por todo o mundo, são a base desta mostra.

José Gameiro, diretor científico do Museu de Portimão, que conheceu Manuel Guerreiro, nos tempos do mítico clube de jazz “O Caldeirão”, em Ferragudo, revelou ao Sul Informação que a ideia desta exposição de tributo surgiu depois de a filha e o genro do malogrado músico terem contactado o museu para aí depositar o espólio.

A exposição vai recriar «vários períodos da vida dele», com objetos, fotografias, cartazes, memórias, falando deste que foi um dos maiores saxofonistas de jazz portugueses, «com uma grande predisposição, desde miúdo, para a música». Na mostra, estará, por exemplo, uma réplica do palco, bem como mesas e cadeiras do “Manoel’s Jazz Club”, no Monte Carvoeiro, o segundo e último dos clubes de jazz fundados pelo músico.

«Em 1973, quando ele fundou o Caldeirão, em Ferragudo, foi uma pedrada no charco, porque não havia clubes deste tipo, muito menos de jazz, no Algarve», recorda José Gameiro.

Manuel Guerreiro, que nasceu em 1932 bem pertinho do cais de Portimão, filho de pai pescador, e se fez músico autodidata, começando pelo banjo, flautas, guitarra e só depois o saxofone, andou pelo mundo. Mas sempre quis partilhar e fomentar, na sua terra, o seu gosto pela música, nomeadamente pelo jazz.

Manuel Guerreiro formou, em 1949, o seu primeiro grupo com amigos, tendo permanecido no Algarve até 1960. Nessa altura, mudou-se para Lisboa, onde atuou em clubes, na rádio, televisão e gravou discos.

 

A primeira banda de Manuel Guerreiro

 

Em 1963, viajou pela América Central e pelos Estados Unidos, integrando a banda residente dos navios de cruzeiro «Vera Cruz» e «Santa Maria».

Depois, já fazendo parte da banda «Os Duques» (constituída por quatro portugueses e um espanhol), fez uma longa digressão que o levou à Costa do Marfim, Senegal, Argélia, Marrocos, Tunísia, França (Paris, Marselha, Biarritz) e várias cidades espanholas.

Fixou residência primeiro em Madrid, depois em Barcelona, até 1969, onde atuou em programas de televisão e rádio, gravou discos com artistas espanhóis e de outras nacionalidades, compôs música para filmes e tv.

Mas Manuel Guerreiro sempre quis voltar ao seu Algarve natal. Atuou, com um quinteto denominado «Ars Nova», em diversos hotéis de luxo, como o Hotel Algarve, na Praia da Rocha, inaugurado há pouco tempo.

Em 1973, abriu o restaurante-bar O Caldeirão, em Ferragudo, que depressa se tornou ponto de encontro dos amantes do jazz. Em 1980, o restaurante passou a clube dedicado a essa forma musical. Por aí passaram nomes sonantes do jazz nacional e internacional.

Pelo meio, integrou o grupo «Plexus» e depois colaborou com Zeca Afonso, Barata Moura, Fausto, Sérgio Godinho, Júlio Pereira, em espetáculos e na gravação de discos ou em atuações na televisão.

Em 1984, foi convidado por um grupo de músicos ingleses para fazer uma série de concertos em Londres.

Um ano depois, mudou o seu clube de Jazz para o Monte Carvoeiro, onde se manteve até à sua morte, em 2005. A exposição, aliás, termina com uma fotografia de Manuel Guerreiro com José Duarte, o senhor «5 minutos de jazz», também recentemente falecido.

Em 2003, a Câmara de Portimão atribuiu-lhe a Medalha de Mérito Municipal – Grau Prata.

A abertura da exposição, no próximo dia 20 de Maio, será pautada pela atuação do duo de piano e voz formado por Leo Vrillaud e Sara Afonso, da Orquestra de Jazz do Algarve. Vão interpretar arranjos de temas de Jazz de várias décadas.

Após a inauguração da mostra sobre Manuel Guerreiro, haverá uma degustação de diferentes iguarias e sabores do mar, brindando ao 15º aniversário do Museu de Portimão e provando o bolo, como sempre muito especial.

 

 

Um dia na Pré-História

Ao longo deste mês de Maio, o Museu de Portimão está a assinalar 15 anos de existência ao serviço da memória e identidade local com um conjunto de iniciativas, das quais se destacam, além da exposição sobre Manuel Guerreiro, a atividade “Um dia na Pré-História”, marcada para o dia 13, uma visita guiada noturna aos bastidores do Museu (dia 17) e a já tradicional Corrida Fotográfica (dia 20).

O primeiro dos momentos relevantes da efeméride realiza-se no próximo sábado, 13 de Maio, com mais uma recriação histórica “Um Dia na Pré-História” nos Monumentos Megalíticos de Alcalar, na qual todos os interessados poderão participar gratuitamente.

Evento vocacionado para as famílias, ao longo de um dia muito animado será possível participar em ateliês pedagógicos de preparação e cozedura de alimentos, cerveja pré-histórica, fabrico de ferramentas e instrumentos agrícolas, oficina de gravura, processos de talhe e adornos, caça, olaria, tecelagem, transporte de grandes monólitos, moagem e outros rituais do quotidiano pré-histórico do povoado e dos túmulos funerários que constituem a necrópole de Alcalar.

 

 

Visita noturna guiada

A partir das 21h00 do dia 17 de maio, data de aniversário do Museu de Portimão, as portas serão abertas para revelar os bastidores deste equipamento cultural de referência, com uma visita guiada às coleções em reservas e aos espaços de trabalho, onde se restaura e conserva o espólio desta fábrica de histórias.

A atividade é gratuita, mas sujeita a inscrição prévia até 16 de Maio, através dos contactos telefónicos 282 405 230 / 282 248 594 ou pelo e-mail [email protected]

Durante este dia de aniversário, a entrada será gratuita para todos os visitantes do Museu de Portimão e dos Monumentos Megalíticos de Alcalar, o mesmo sucedendo a 18 de Maio, Dia Internacional dos Museus.

Promovido pelo ICOM – Conselho Internacional dos Museus, este ano o dia 18 tem como tema “Museus, Sustentabilidade e Bem-Estar”, no sentido de incentivar todos os equipamentos museológicos a mostrarem o seu potencial transformador para o desenvolvimento sustentável, enquanto espaços de bem-estar e de inclusão para todos.

 

 

23ª Corrida Fotográfica de Portimão

No sábado seguinte, 20 de Maio, será dada às 9h00 partida para a edição presencial da 23ª Corrida Fotográfica de Portimão, que decorrerá até às 21h00.

Todos os participantes receberão o respetivo “passaporte”, bem como a informação dos primeiros temas a fotografar e a localização do próximo posto de controlo, às 12h00. As inscrições para a modalidade presencial terminam já no dia 18 de Maio.

Esta edição conta novamente com a modalidade online, cujas inscrições e envio de imagens terminam a 18 de Junho. Na versão online, são quatro os temas propostos e inspirados nos ideais de Abril, a saber: “Sinais de Liberdade”; “Ruas da Liberdade”; “Será isto Liberdade?”; e “Livres como o vento”.

As inscrições para a Corrida Fotográfica presencial ou online podem ser feitas clicando aqui. Os interessados podem inscrever-se em ambas as corridas ou apenas numa.

 

 

Leia mais um pouco!
 
Uma região forte precisa de uma imprensa forte e, nos dias que correm, a imprensa depende dos seus leitores. Disponibilizamos todos os conteúdos do Sul Infomação gratuitamente, porque acreditamos que não é com barreiras que se aproxima o público do jornalismo responsável e de qualidade. Por isso, o seu contributo é essencial.  
Contribua aqui!

 



Comentários

pub