«A água e a habitação são dois temas muito críticos para os quais nós temos de dar o nosso grande contributo para os resolver», disse esta quinta-feira, 18 de Maio, Vítor Aleixo, presidente da Câmara de Loulé, na sessão solene do Dia do Município.
Fazendo um balanço do que tem vindo a ser desenvolvido no âmbito do prometdio pelo programa eleitoral, o autarca louletano falou das «constantes mudanças» que têm exigido uma resposta rápida por parte da autarquia.
Em relação ao «problema crítico da água», Vítor Aleixo reforçou que «a situação das disponibilidades de água nesta altura do ano é, claramente, mais grave do que no ano passado» e afirmou que «a Câmara tem vindo a trabalhar, numa verdadeira corrida contra ao tempo, para encontrar as soluções possíveis para salvaguardar este direito fundamental».
O autarca louletano destacou os projetos em curso com a finalidade de reduzir as perdas e aumentar a eficiência hídrica nos espaços públicos, tais como a instalação de telemetria nos consumos municipais, a criação de mais de uma centena de zonas de medição e controlo ou a substituição de troços de rede mais envelhecidos e menos eficientes.
«O combate ao desperdício e redução de consumos são tarefas de todos os dias e, por isso mesmo, já reduzimos o valor da água não faturada de 40,9% para 33%. Com os projetos que temos em curso, queremos atingir a classificação de bom, que significa perdas inferiores a 20% nos indicadores da água não faturada até final de 2025», reforçou.
Durante o seu discurso, Vítor Aleixo quis ainda deixar claro que é «contra a autorização de mais áreas agrícolas para novas culturas de regadio intensivo», sejam elas pomar de laranja, alfarrobeiras ou abacate.
«Não podemos continuar a assistir calados à destruição de milhares de hectares. As disponibilidade de água no Algarve e, claro, no concelho de Loulé, já não chega para a rega das áreas de cultivo atuais, quanto mais para novas áreas que surgem quase todos os dias», afirmou.
Durante esta fase de revisão do PDM, a autarquia de Loulé vai propor à CCDR que, «sempre que haja um novo projeto de agricultura de regadio intensivo», a Câmara Municipal emita parecer «vinculativo».
Em relação à habitação, Vítor Aleixo assumiu que este é também um dos grandes problemas do concelho, mas frisou que muito tem vindo a ser feito pela autarquia para o colmatar.
Além da aprovação da estratégia local de habitação para 2019/2030 e da criação de um gabinete específico para este dossiê, bem como de um regulamento municipal do direito à habitação, o edil frisou que a Câmara promoveu, até ao momento, quatro consultas ao mercado imobiliário para comprar frações habitacionais, realojou até agora 35 famílias e lançou dois avisos para o subsídio municipal ao arrendamento, que permitiu já apoiar 295 famílias.
Em breve, estarão também concluídos cinco fogos em Salir, estando em fase de apreciação 130 candidaturas recebidas.
Além disso, estão em construção mais 12 fogos também em Salir, já foi adjudicada a empreitada da primeira fase da Clona, com 64 fogos, num investimento de 12 milhões de euros, e ainda a primeira fase de reabilitação do bairro municipal com 18 fogos, no valor de investimento de cerca de 2,8 milhões de euros.
Segundo o autarca louletano, «está também em concurso de empreitada a reabilitação de sete fogos da Rua de São Paulo, em Loulé, com o valor base de 1,1 milhões de euros» e, dentro de dias, «vai avançar a construção de 129 fogos na modalidade de habitação a custos controlados, por parte de um grupo empresarial que tem ampla experiência no setor».
«Temos trabalhado de forma empenhada no sentido de recorrer a fundos provenientes do PRR. Com confiança, posso assegurar-vos que se seguirão mais contratos de comparticipação que irão alargar as disponibilidade financeiros do Município para a habitação e, com confiança, posso também assegurar que o trabalho vai continuar para alargar a oferta da habitação em Quarteira, Almancil e Boliqueime», referiu ainda.
Com estas medidas, Vítor Aleixo quer «resolver este problema gravíssimo». «Não ter acesso a um primeiro direito que é o direito à habitação é qualquer coisa de intolerável e, por isso, a Câmara Municipal de Loulé, articulando com as novas políticas do Governo, tem procurado resolver esses problemas e estamos no bom caminho».
Nesta que foi a sessão solene da Semana do Município, que também assinalou o Dia da Espiga, o autarca falou do que está a ser feito no âmbito do envelhecimento ativo, biodiversidade e transição energética, sendo Loulé «um dos maiores produtores nacionais de energia solar fotovoltaica».
A sessão solene desta quinta-feira, 18 de Maio, contou ainda com a apresentação da nova marca de Loulé e com a atribuição do “Grande Prémio Crónica e Dispersos Literários”, promovido pela Associação Portuguesa de Escritores e Câmara de Loulé, a Miguel Esteves Cardoso.
Às 16h00, começaram as festividades do Dia da Espiga, em Salir.
Ao longo da semana, decorreu ainda a cerimónia de entrega dos Prémios IAPMEI e a distinção de empresas do concelho de Loulé com o estatuto PME Líder/PME Excelência, a inauguração do Edifício Sociocultural de Quarteira, na Praça do Mar, e a assinatura de um protocolo entre o Município de Loulé e a GNR no âmbito da segurança em Vilamoura, bem como a entrega de medalhas aos funcionários municipais com 25 e 35 anos de casa, entre outras iniciativas.
Este sábado, 20 de Maio, pela manhã, o antigo presidente da Junta de Freguesia de Almancil João Martins e o dirigente associativo Hermes Alberto darão nome a duas ruas na vila de Almancil, homenagem realizada a título póstumo a duas personalidades que se destacaram nesta freguesia do concelho de Loulé.
O programa comemorativo encerra com mais uma entrega de medalhas aos agraciados, figuras ou entidades que se destacaram nas mais diversas áreas de atividade. Este ano serão 15 os medalhados, numa cerimónia que acontece igualmente no dia 20 de Maio, mas às 15h30.
Fotos: Mariana Carriço | Sul Informação
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