Cineteatro António Pinheiro pronto até final de Junho, mas ainda sem data de reabertura

Ministra Ana Abrunhosa visitou as obras do futuro espaço cultural

As obras de requalificação e ampliação do Cine-Teatro António Pinheiro, em Tavira, devem estar concluídas, o mais tardar, até final de Junho, mas a data de reabertura ao público deste equipamento cultural ainda não é conhecida, devido à incerteza sobre o tempo que levará a apetrechar o espaço com os equipamentos técnicos necessários.

Esta intervenção, que permitirá criar uma sala moderna, com capacidades técnicas como poucas no país e que tanto pode ter só lugares sentados (370) ou uma solução que permite acolher 520 espetadores, parte deles em pé, através da retração da primeira plateia, foi uma das visitadas por Ana Abrunhosa, ministra da Coesão Territorial, num périplo que fez por Tavira, na terça-feira, dia 2 de Maio.

O objetivo da visita da governante à região – além de Tavira, esteve no Aquashow Indoor, em Quarteira (Loulé) – foi conhecer, in loco, o andamento de diversas obras cofinanciadas por Fundos Europeus.

Na manhã de terça-feira, Ana Abrunhosa esteve primeiro em Cachopo, nas obras de construção do Centro de Meios Aéreos, que deverão estar concluídas em Julho, como o Sul Informação já deu conta.

A paragem seguinte foi a obra do Cine-Teatro António Pinheiro que está, «finalmente», em fase de conclusão, como salientou Ana Paula Martins, presidente da Câmara de Tavira.

Baseada na estimativa avançada pelos responsáveis pela empreitada, durante a visita, a edil tavirense espera que «até ao final do mês» ou, o mais tardar, «até ao final do primeiro semestre», a obra seja concluída.

 

 

Neste caso, trata-se apenas do edifício em si, uma vez que, quando a obra foi adjudicada, a Câmara retirou do caderno de encargos a parte do equipamento necessário para apetrechar a sala de espetáculos, entre o qual maquinaria, material de som e outros elementos técnicos.

A aquisição deste material está contemplado num procedimento a decorrer em paralelo, que «neste momento, está para visto do Tribunal de Contas e depois ainda tem que ser fornecido e instalado».

«O que nos traz aqui alguma incerteza é este procedimento. Ele está adjudicado praticamente há um mês e meio ou dois meses, pelo que acredito que as empresas tenham feito diligências para adquirir esses equipamentos. No entanto, estamos a falar de alguns equipamentos com componentes eletrónicos e todos sabemos como é que está a entrega desses materiais», referiu Ana Paula Martins.

E, tendo em conta as caraterísticas físicas da sala, há muito material técnico que terá de ser adquirido.

Entre os elementos do renovado Cineteatro António Pinheiro, o que salta mais à vista (literalmente) é a caixa de palco, que tem mais de uma dezena de metros de altura.

Esta volumetria, que tem sido alvo de críticas por parte da população e de discussão na cidade, «não é algo que decorre do gosto do arquiteto, nem da Câmara», assegurou Ana Paula Martins.

«Toda a gente acha que é uma torre, mas não é disso que se trata. (…) Estamos a falar de uma caixa de palco, que é necessária para acomodar toda a componente da mecânica de cena», acrescentou.

É esta estrutura que torna possível «que o teatro tenha capacidade técnica para receber 70% dos espetáculos que se fazem em Portugal, de teatro, dança, música e muito mais».

«Eu percebo que haja pessoas que não gostem, porque nós não somos uma cidade que tem edifícios muito altos. Por outro lado, o facto de ser preto também pode não ser bem visto, porque somos uma cidade muito clarinha. No entanto, eu convido todos a olharem de noite para o cineteatro e a perceber a sua beleza, nomeadamente quando tirarmos toda a vedação que está lá», concluiu a presidente da Câmara de Tavira.

Outras caraterísticas que  marcam esta nova sala é «a possibilidade do palco aumentar e da bancada recolher», o que faz deste «um espaço muito polivalente».

 

 

A reconstrução do Cineteatro António Pinheiro estava inicialmente orçada em cerca de 5 milhões de euros, mas, «com revisões de preços, já devemos estar perto dos 7 milhões de euros, só a obra». A este valor, terá que se acrescentar o material, que custará «mais um milhão ou um milhão e meio».

No caso do edifício, a comparticipação de Fundos Europeus foi de cerca de 3,6 milhões de euros.

«A intervenção começou em 2018, depois acabou por ter uma paragem aí de uns 6 meses por força da arqueologia. Foi preciso reforçar os trabalhos que já tinham sido feitos. Depois disso, a obra retomou, mas tem tido alguns atrasos. Praticamente desde o início, sofreu com a chegada da pandemia, com os planos de contingência e a necessidade de reduzir as pessoas em obra», enquadrou Ana Paula Martins.

«Também foi afetada por uma guerra. A entrega de materiais e etc. não tem sido fácil e a empresa tem tido problemas com falta de mão-de-obra», acrescentou.

A outra intervenção visitada pela ministra Ana Abrunhosa em Tavira foi a do restauro dos retábulos e de peças de arte sacra da Igreja de Santa Maria, «uma obra cuja necessidade já estava sinalizada pela Direção Regional de Cultura».

«Este restauro dos retábulos acabou por se atrasar por força da pandemia, porque as técnicas de restauro não são portuguesas e tínhamos as fronteiras fechadas. Iniciámos agora e também esperamos que possa concluir estar concluída em breve, apesar das obras de restauro sempre um bocadinho demoradas», concluiu Ana Paula Martins.

No âmbito desta intervenção, ter-se-á descoberto que a lápide do túmulo dos 7 Mártires, que existe neste templo, deverá ser do século XIII e não posterior ao terramoto de 1755, como se pensava, como o Sul Informação deu conta nesta reportagem.

 

 

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