Os sons do Verão Azul ecoam em Lagos e Loulé

Festival começa a 6 de Abril em Lagos e termina a 16 em Loulé

Concertos, performances, festas, exposições, poesia e cinema. O Festival Verão Azul está de volta a Lagos, entre 6 e 9 de Abril, e a Loulé, entre 13 a 16 de Abril, e este ano apresenta dezenas de propostas baseadas no som e na sua relação com o corpo e espaço. 

Passadas 10 edições, este ano o Festival «marca um novo ciclo», focado em apenas duas cidades algarvias, centrando assim a programação.

«Pensámos que este ano seria interessante ter uma visão muito mais direcionada para aquilo que é o som e como é que o som pode ser um elemento unificador entre as artes performativas, as artes visuais e o cinema», explica ao Sul Informação Daniel Matos, performer, coreógrafo, artista visual e co-curador da 11.ª edição do Verão Azul, cujo programa foi pensada por Ana Borralho e João Galante.

Ao todo, de 6 a 16 de Abril, há apresentações em ambas as cidades, onde se contam quatro concertos, cinco performances, quatro noites de clubbing, quatro sessões de cinema, uma exposição, um momento de dança, um slam de poesia, duas conversas e ainda o lançamento de uma publicação.

«Inicialmente, o que se tentou foi encontrar artistas que trabalhassem não só numa área específica, mas que fossem multidisciplinares. Que não dessem só concertos, mas pessoas que vêm das artes performativas, mas que têm o som como base das suas práticas artísticas», explica o co-curador, dando o exemplo do concerto de Tânia Carvalho.

A artista apresentará Madmud – no dia 8 de Abril, às 22h30, no Centro Cultural de Lagos, e no dia 16, às 18h30, no Cineteatro Louletano -, um espetáculo que pretende fazer o público mergulhar na esfera musical e poética.

 

 

De acordo com o co-curador, dentro das artes visuais, «também se apostou muito em novas realidades», procurando os artistas antes de se encontrar uma «base de coexistência».

Já João Felgueira (Joninator) chega ao Verão Azul a conduzir “Screen-Inator”, uma performance de interação com o público em que é explorado o papel do ecrã como um objeto omnipresente, ocupando espaço físico como uma extensão do corpo humano.

A exposição coletiva “NO, FUTURE, NO CRY”, com curadoria de Ana Borralho, João Galante e Daniel Matos, é o espaço onde convergem cinco artistas que desenvolvem trabalho entre a escultura e a obra digital.

São eles David O’Reilly, Weisstub, Rui Palma, Fernando Ribeiro e Static Drama.

 

 

Estes são apenas alguns dos pontos do programa que, em alguns casos, se repetem em Lagos e Loulé.

«Temos uma comunidade que não se desloca assim tanto entre cidades, e, para tentar dar um maior acesso aos algarvios, temos obras e artistas que se repetem, mas há outras específicas para cada local», explica Daniel Matos.

A caminho da 11ª edição, o co-curador afirma que o festival tem feito o seu percurso, dando ao território propostas artísticas contemporâneas e conta já com um público fixo.

«A ideia também foi sempre que se conseguisse concentrar na oferta, não só o que as pessoas querem ver, mas aquilo que nós sentimos que é uma necessidade do território», continua.

Em relação aos bilhetes, este ano existe em Lagos um passe geral que custa 25 euros e dá acesso a todas as atividades. Já o preço dos bilhetes individuais, nas duas cidades, custam entre os 5 e os 10 euros.

Verão Azul acontece de 6 a 9 de Abril, em Lagos, no Centro Cultural de Lagos, Clube Artístico Lacobrigense, LAC – Laboratório de Actividades Criativas e Espaço Jovem / Escola de Dança de Lagos.

Já de 13 a 16 de Abril, em Loulé, o Festival vai estar no Cineteatro Louletano, Bafo de Baco, Alfaia, 8100 Café e espaço SUL, SOL, SAL.

Produzido pela associação cultural casaBranca, o Verão Azul tem financiamento da DGArtes, contando com co-produção da Câmara Municipal de Lagos e Cineteatro Louletano – Câmara Municipal de Loulé. O Teatro do Bairro Alto EGEAC CML apoia a apresentação das Sh!t Theatre.

O programa completo pode ser consultado aqui.

 

A 1.ª edição do Festival Verão Azul realizou-se em 2011, durante 4 dias, em Lagos, com uma programação essencialmente nacional. Sempre com direção artística de Ana Boralho e João Galante, desde então, o festival estendeu-se também ao Sotavento algarvio.

Afirmando-se como um evento de características únicas na região, tem apresentado projetos de teatro, dança, performance, música, cinema e artes visuais, conciliando obras de artistas nacionais e estrangeiros.

Em 2018, abriu um novo ciclo e passou a festival bienal. Nos seus anos intercalares, dedica-se a trabalhar, juntamente com artistas convidados, a sua intenção artística de descentralização e aprofundamento de relações com os contextos, as comunidades e o tecido artístico locais, promovendo residências de criação, laboratórios de pesquisa e co-produções, cujos resultados serão apresentados em cada edição do festival.

 

Leia mais um pouco!
 
Uma região forte precisa de uma imprensa forte e, nos dias que correm, a imprensa depende dos seus leitores. Disponibilizamos todos os conteúdos do Sul Infomação gratuitamente, porque acreditamos que não é com barreiras que se aproxima o público do jornalismo responsável e de qualidade. Por isso, o seu contributo é essencial.  
Contribua aqui!



Comentários

pub