Visita do Governo ao Algarve é «muita parra e pouca uva», acusa o PSD

Social-democratas acusam o Governo de ignorar temas «essenciais para a população»

«Muita parra e pouca uva». É desta forma que o PSD/Algarve classifica a iniciativa “Governo + Próximo”, que decorre hoje e amanhã, dias 1 e 2 de Março, e que traz o Governo “em peso”, incluindo o primeiro-ministro, até à região, para participar em dezenas de iniciativas.

«Com muito de soft politics e relações públicas, mas pouco ou nada de resultados práticos, o Governo está no distrito de Faro, essencialmente para fazer uma recheada jornada mediática com 66 paragens, entre reuniões, apresentações e anúncios, desenhados apenas para atenuar os danos por si causados na sua imagem reputacional», acusam os social-democratas, numa nota assinada por Cristóvão Norte, presidente do partido na região.

O PSD/Algarve acusa o Governo de saltar «despudoradamente sobre os assuntos que são essenciais para a população e que carecem das respostas que o Governo deve e pode mas não quer ou não sabe dar», dando como exemplo «a situação dos cuidados de saúde da região, autêntico flagelo para quem cá vive e vergonha nacional, e que nesta visita não conhece nenhum avanço».

«Veja-se o caso da maternidade pisca-pisca de Portimão que numa metade do tempo está aberta e na outra encerrada e que assim vai continuar, para infortúnio das grávidas e bebés da região; veja-se o caso do novo hospital central que coleciona anúncios mas do qual nada se sabe, nem saberá tão cedo; ou dos cuidados de saúde primários que apresentam uma carência de médicos terceiro-mundista, de Sotavento a Barlavento, obrigando as pessoas a irem ao centro de saúde de madrugada para garantirem atendimento», enumera o PSD.

Os social-democratas também realçam a «situação da educação, permanecendo cerca de 5 mil alunos algarvios sem professor a pelo menos uma disciplina, sem que tal mereça uma medida do Governo».

«Esta inexistência de recursos humanos é, de resto, a nota dominante em todos os serviços do Estado aqui no distrito, onde escasseiam médicos, professores, enfermeiros, juízes e demais profissionais de justiça. Os serviços dão resposta ineficiente e cada vez mais prorrogada no tempo», acrescenta.

Outros temas abordados pelo principal partido da oposição são o preço das portagens da A22, as obras de requalificação da EN125 entre Olhão e Vila Real de Santo António e os «erros e omissões» acumulados pelo Governo na área da mobilidade, «como a eletrificação da linha de ferro sem corrigir o traçado ou a ligação ferroviária ao Aeroporto de Faro que ficará para as calendas».

«Ao invés de passeatas mediáticas, melhor fazia o Governo se resolvesse estes problemas e se desbloqueasse outros como o Porto de Cruzeiros de Portimão, sobre o qual já quase ninguém fala, excepto o PSD, nem a autarca local, que prefere associar-se a esta parada de estrelas distribuindo sorrisos e falas mansas. Talvez pudesse aproveitar a ocasião para ser pronunciar sobre o plano aprovado pelo seu governo, que vai mandar para o mercado paralelo cerca de 40 mil camas de alojamento local, ou da completa inexistência de solução para o problema da seca generalizada, que se agrava a cada dia», conclui o PSD do Algarve.

 



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