Veloso Gomes homenageado pela «dedicação enorme» à melhoria da saúde no Algarve

Cardiologista está ligado à criação da Via Verde Coronária

Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

Um médico que «defendeu sempre os doentes e a região com unhas e dentes» e um homem com «uma dedicação enorme e uma inteligência como há poucas». Estes foram alguns dos elogios feitos ao cardiologista Veloso Gomes, que foi homenageado pelo Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) pelo serviço prestado a esta instituição e ao Algarve, em cerca de quatro décadas de carreira.

A distinção a Veloso Gomes foi um dos pontos altos do 1º Congresso de Medicina no Algarve, que aconteceu no final de Fevereiro, em Albufeira.

A cerimónia contou com a presença do homenageado, mas também da sua família e de amigos, com o atual diretor do Serviço de Cardiologia do Hospital de Faro, Jorge Mimoso, a fazer um “passeio” pelo percurso de Veloso Gomes, que apesar de ter nascido no Norte do país e de se ter formado na Universidade do Porto, fez, entre 1980 e 1985, o internato no Hospital de Faro, que havia sido inaugurado três dias antes do início do seu período de formação.

Desde então, Manuel José Veloso Gomes nunca mais saiu do Algarve, tendo ajudado ao crescimento da instituição e ficado ligado à criação de serviços inovadores, dos quais se destacam a Via Verde Coronária e a rede pré-hospitalar e hospitalar para tratamento do Enfarte Agudo do Miocárdio, nos 22 anos que foi diretor de serviço de Cardiologia do Hospital de Faro.

 

Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

«Há sempre um pouco de emoção quando voltamos atrás, para reviver aquilo que foi uma longa vida de trabalho na área médica, para mais quando se prestou um serviço à região do Algarve que eu penso que foi significativo», disse ao Sul Informação Manuel Veloso Gomes, à margem da cerimónia.

«Agradeço imenso esta homenagem que me prestaram, mas agradeço sobretudo a todos os meus colaboradores, que trabalharam comigo durante muitos anos, e aos meus colegas que construíram o primeiro grande hospital do Algarve, em Faro, e, mais tarde, o segundo, em Portimão», acrescentou.

O cardiologista recorda que, depois da abertura do Hospital de Faro, na altura com 30 médicos, numa região que há muito reclamava por uma unidade de saúde moderna e que desse resposta às necessidades dos algarvios, o Sistema Nacional de Saúde foi crescendo no Algarve.

Após esse primeiro grande passo de criação do Hospital de Faro, «foram aparecendo novos centros de saúde e criou-se uma rede hospitalar complexa, mas que teve momentos áureos de funcionamento, como por exemplo o desenvolvimento da Via Verde Coronária, da rede pré-hospitalar de emergência, que foi considerada a melhor do país».

«Conseguimos catapultar o serviço para um nível europeu. Chegámos a ter índices tão bons como os melhores hospitais de França, Alemanha, Espanha e Dinamarca, entre outros, com a rede de referencia e a Via Verde Coronária, com resultados ótimos na redução da mortalidade por doenças cardiovasculares, que é o mais importante, uma vez que os doentes é que importam verdadeiramente», recordou Veloso Gomes.

 

Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

«Um local sem memória, não serve ninguém. Nós temos memória e achamos que devemos reconhecer aqueles que tanto bem fizeram pela região. O Dr. Veloso Gomes é um exemplo disso: lutou sempre por este hospital, lutou sempre pela melhoria dos cuidados de saúde no Algarve, pela interligação de cuidados, por mais conhecimento e formação e por uma saúde melhor para todos, quer na prevenção, quer no tratamento», ilustrou ao Sul Informação Ana Varges Gomes, a presidente do Conselho de Administração do CHUA.

«Esta homenagem é muito merecida e faz-nos reposicionar e lembrar que esta é a nossa missão: melhorar a saúde dos residentes do Algarve e de todos os que nos procuram», acrescentou.

O homenageado, ao longo da sua carreira, viveu diferentes momentos do Serviço Nacional de Saúde, na região e confessa que houve períodos complicados – «no Verão não era fácil (risos)».

«Mas foi uma grande satisfação, não me sinto cansado. Agora, temos de dar lugar aos jovens, pois a sua força motriz é a força do desenvolvimento, e incentivá-los a fazer sempre melhor. A maior alegria que podemos ter é que os nossos filhos sejam melhores que nós», rematou Veloso Gomes.

 

 

 

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