Ténis: Gonçalo Oliveira sagra-se campeão do Loulé Open, culminando semana de sonho

Atrasada cerca de quatro horas devido à chuva, a final deste domingo teve pouca história

Gonçalo Oliveira e Lucas Poullain

O português Gonçalo Oliveira venceu, este domingo, o Loulé Open by Cimpor, torneio internacional de 25.000 dólares que o Clube de Ténis de Loulé organizou pela 13.ª vez com os apoios da Câmara Municipal de Loulé e da Federação Portuguesa de Ténis.

Atrasada cerca de quatro horas devido à chuva, a final deste domingo teve pouca história — à semelhança do que aconteceu nos quatro encontros anteriores vencidos pelo tenista português de 28 anos, atualmente no 464.º lugar do ranking ATP. 6-3 e 6-2 foram os parciais que em 1h24 lhe permitiram derrotar o francês Lucas Poullain (847.º), o campeão do Faro Open há uma semana que chegou à final com nove vitórias consecutivas.

A tarefa de tomar a iniciativa perante um adversário que gosta de “esperar” na linha de fundo assentou que nem uma luva a Oliveira. Porque antes da final não conhecia Poullain, o jogador portuense (que vive há vários anos no Algarve) aproveitou os primeiros jogos para estudar o peso e a altura da bola do francês, esperou pelo timing certo e depois partiu para o ataque.

A quebra de serviço (em branco) que decidiu o primeiro parcial surgiu ao oitavo jogo, mas Oliveira já tinha ameaçado nos anteriores ao tirar proveito da capacidade de obrigar Poullain a deslocar-se constantemente de um lado ao outro da linha para ter muito mais espaço vazio a explorar.

Esta foi a primeira vez em toda a semana que Poullain perdeu uma partida, mas o tenista gaulês não desmotivou e logo no arranque da segunda conseguiu um break em branco. Só que a reação de Oliveira à ligeira quebra de concentração foi imediata e, também com um break em branco, o número seis nacional partiu novamente para o ataque e nunca mais parou: num ápice, venceu seis jogos seguidos e só descansou quando ouviu o tão aguardado “game, set and match“.

 

Gonçalo Oliveira e Lucas Poullain, com convidados

 

“É o primeiro título de singulares que ganho em Portugal, por isso estou muito contente”, disse Gonçalo Oliveira no final. “É o resultado de muito trabalho em casa, com o meu pai e com a minha equipa, e resulta de uma série de coisas: estou mais maduro, mais focado, sei o que é que preciso de fazer e já não perco tempo com coisas desnecessárias. Há jogadores que amadurecem mais cedo, eu amadureci um pouco mais tarde, mas agora está tudo a encaixar.”

Surpreendido com a campanha que assinou num torneio em que não perdeu qualquer set, e do qual sai com importantes 25 pontos para reconstruir a evolução no ranking (foi 194.º em dezembro de 2017), o tenista português mostrou-se confiante em relação ao futuro: “Este título dá-me confiança para o que aí vem e sinto que a jogar a este nível não vou estar nestes torneios durante muito tempo.”

Vasco Costa, presidente da Federação Portuguesa de Ténis, salientou: “Quero felicitar a organização, os patrocinadores e a Câmara Municipal de Loulé, que apoia o torneio. Este é o quarto torneio, ainda faltam dois da série de seis seguidos aqui no Algarve, e estou muito contente porque nos quatro que já se realizaram tivemos duas vitórias de jogadores portugueses. É para isso que trabalhamos e estou muito contente por ver que está a acontecer. E estes torneios tiveram todos quadros muito fortes, o que dá ainda mais mérito aos títulos”.

Por seu lado, Luís Pedro, diretor do torneio, considerou que, “foi um torneio muito forte, que inclusive contou com um jogador que já esteve no top 30 mundial. Tivemos um leque significativo de atletas portugueses e já há alguns anos que não tínhamos um vencedor português, mas felizmente hoje isso aconteceu. O Gonçalo Oliveira está de parabéns, a organização está de parabéns e todos aqueles que colaboram estão de parabéns”.

 

 



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