Ministro da Cultura garante não ter recebido qualquer pedido da ACTA para reunião

«O Algarve tem mais entidades apoiadas e mais 30% de apoios do que tinha no ciclo anterior»

Ministro da Cultura em Lagos – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

O ministro da Cultura garantiu hoje, em declarações ao Sul Informação, não ter recebido qualquer pedido da ACTA – A Companhia de Teatro do Algarve para uma reunião.

Pedro Adão e Silva, que falava em Lagos à margem da visita ao Museu Municipal da cidade, foi confrontado com a crítica que a ACTA fez esta quarta-feira, em comunicado, dizendo «estranhar» que o governante não tenha, «no mínimo, manifestado a intenção para se encontrar com A Companhia de Teatro do Algarve devido à recente exclusão dos apoios da Direção-Geral das Artes».

«Eu sou, por definição, particularmente dialogante e recebo todas as entidades que me pedem para ser recebidas. Mas não tive nenhum pedido para receber a ACTA, nenhum!», disse o ministro ao nosso jornal.

Em relação ao facto de a ACTA ter ficado de fora dos apoios da DGArtes, Pedro Adão e Silva sublinhou que leva «muito a sério a ideia de concursos, com júris independentes, e acho que a pior coisa que poderíamos fazer era politizar as escolhas dos júris nos apoios à artes».

De qualquer modo, esclareceu o titular da pasta da Cultura, «na região do Algarve, tínhamos oito entidades apoiadas, agora temos mais três e o valor dos apoios cresceu 30%. Temos quatro entidades novas que não tinham apoio no ciclo anterior. E como acontece em todos os concursos há entidades que eram apoiadas e deixam de o ser. No Algarve, houve uma entidade que perdeu o apoio. Faz parte das regras do jogo, que são conhecidas».

Para o ministro, «o essencial é que o Algarve tem mais entidades apoiadas e mais 30% de apoios do que tinha no ciclo anterior. Não é fácil encontrar, em termos de políticas públicas, um programa de apoio que, de um ciclo para o outro, cresça 30% numa região, como aconteceu no Algarve».

 

Uma das novas entidades algarvias apoiadas pela DGArtes em termos quadrianuais neste novo ciclo é precisamente o LAC – Laboratório de Actividades Criativas, que funciona desde há anos na antiga cadeia de Lagos, e que foi visitado pelo ministro, no início da sua deslocação à cidade, no âmbito da iniciativa «Governo + Próximo» que hoje e amanhã traz o executivo liderado por António Costa, em peso, ao Algarve.

No LAC, Pedro Adão e Silva percorreu demoradamente os espaços agora dedicados à criatividade, sobretudo nas artes visuais e na música. Nuno Pereira, dirigente deste coletivo artístico, foi o cicerone, tendo destacado o trabalho dos artistas que compõem o LAC, mas também o intenso trabalho educativo, com as escolas do concelho. «No ano passado, conseguimos trazer até aqui, pela primeira vez, todas as escolas. Foram perto de 800 alunos», sublinhou.

De seguida, o ministro da Cultura visitou o Museu de Lagos, recentemente alvo de obras profundas de remodelação e reaberto em Outubro de 2021. Atravessando a rua, Pedro Adão e Silva, acompanhado por Hugo Pereira, presidente da Câmara de Lagos, observou as obras do novo núcleo de arqueologia.

Não fazia parte do programa, mas o governante quis ainda conhecer o núcleo museológico do chamado Mercado dos Escravos, ali bem perto, bem como os restos do cais onde, no século XV, terão chegado os primeiros escravos africanos a Portugal e à Europa.

Amanhã, dia 2, o ministro da Cultura vai a Sagres, com o primeiro-ministro, para a inauguração oficial do Centro Expositivo da Fortaleza.

 

 

Fotos: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

 

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