Loulé e Roménia querem reforçar laços económicos, sociais e culturais

De acordo com as palavras de Ioana Bivolaru, «há sempre lugar para melhorias e potencialidade de desenvolvimento»

Ioana Bivolaru, embaixadora da Roménia em Portugal, foi recebida na passada sexta-feira, 17 de Março, no Salão Nobre dos Paços do Concelho de Loulé, pelo autarca Vítor Aleixo e por representantes da diáspora romena no concelho de Loulé. O objetivo é reforçar os laços económicos, sociais e culturais que unem o concelho algarvio e o país de Leste.

As relações bilaterais entre os dois países estiveram em foco nesta reunião. E se a Roménia tem hoje em Portugal a segunda maior comunidade migrante da Europa, Loulé é o terceiro município do país que mais recebe fluxos migratórios.

De acordo com as palavras de Ioana Bivolaru, «há sempre lugar para melhorias e potencialidade de desenvolvimento», apesar da «excelente relação de proximidade que existe, quer da parte da autarquia de Loulé pela forma como trata a comunidade migrante», quer no acompanhamento da própria embaixada a estes cidadãos.

Uma das áreas que esta diplomata considera poder vir a ser fundamental nesta cooperação é o setor da economia, seja nos investimentos romenos em território nacional ou dos empresários portugueses na Roménia. O digital, as telecomunicações, a energia e o turismo são os setores em que mais investem os empresários romenos no nosso país. Mas quando falamos de investidores lusos naquele que é hoje o segundo maior mercado da Europa Central de Leste outras áreas poderão surgir.

«Não é um país muito próximo, mas pode ser uma opção para muitos que aí queiram investir. Temos recebido muitos interessados na nossa embaixada com vontade de instalar-se no nosso país e existem muitos empresários portugueses com vontade de colaborar com os romenos para concorrer a vários projetos», explicou Ioana Bivolaru.

Além das questões da língua, como parte do programa intergovernamental no ensino do romeno, Ioana Bivolaru falou ainda da importância das ações consulares itinerantes, retomadas neste período pós-pandémico.

Mas a par da existência de «bons empresários com atividades económicas de sucesso» no tecido empresarial fixado no concelho, na região e no país, Vítor Aleixo lembrou também os trabalhadores e muitos cidadãos romenos que enfrentam dificuldades.

«Este é um concelho onde há muita riqueza mas também alguma pobreza e aí encontramos alguns romenos», disse, considerando que também estas pessoas têm merecido os apoios sociais por parte da Câmara Municipal de Loulé.

Neste âmbito, Paula Medeiros, do Alto Comissariado para as Migrações, referiu Loulé como um «exemplo a seguir em termos de política de imigrantes».

«É o melhor exemplo da interculturalidade, da simbiose perfeita», disse.

De resto, a associação DOINA, sedeada em Almancil, que tem sido determinante para essa ligação entre as duas comunidades, quer no apoio à integração social, quer na preservação da cultura romena.

Presente na sessão esteve também Carlos Silva Gomes, presidente da Assembleia Municipal de Loulé, lembrando que este terá sido um dos primeiros órgãos do poder local em Portugal a eleger uma deputada de origem estrangeira: a deputada municipal Elizabeta Necker.

«A participação destes cidadãos nas listas eleitorais impõe-se cada vez mais», sublinhou.

 



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