O regresso do Festival Açoteia, em Julho, do South Music, em Junho, e do Baixa Street Fest, no Verão, mas também exposições de nomes como Manuel Baptista e Nadir Afonso. Estes são alguns dos destaques da programação cultural de Faro para este ano, apresentada esta segunda-feira, 27 de Fevereiro.
Acima de tudo, há, este ano, um «retomar de um conjunto de iniciativas que tivemos de manter paradas por causa da pandemia e da guerra», como explicou Bruno Inácio, chefe de divisão de Cultura da Câmara de Faro.
Assim, regressará, por exemplo, o Açoteia, o South Music e o Baixa Street Fest, nos moldes habituais.
A isto junta-se a aposta em grandes iniciativas como o Festival F (7 a 9 de Setembro) e a Concentração Motard, mas também noutros eventos como “Os Dias do Jazz”, em Maio, no Teatro das Figuras, o “Figuras à Rampa”, em Julho, para bandas emergentes, ou o ciclo de concertos nas ilhas-barreira.
Este ano, depois dos Capitão Fausto (2020) e Branko (2021), o convidado será o algarvio Dino d’Santiago que dará espetáculos, no Verão, em locais como a Culatra.
No Museu Municipal, os destaques vão para duas grandes exposições: uma sobre a obra de Manuel Baptista, ilustre pintor farense, que será inaugurada em Junho, e outra sobre Nadir Afonso, mais para o final do ano.
Já na Biblioteca Municipal, regressará a Primavera Literária, que integra a Feira do Livro de Faro (1 a 4 de Junho), mas também o Prémio Nacional de Poesia António Ramos Rosa que será entregue em Outubro.

Além destes eventos, haverá muitos mais, promovidos pelas associações culturais da capital algarvia, como o Folkfaro, o Festival Internacional de Órgão do Algarve, o Algarve Design Meeting, o Faro Blues, a Semana Académica do Algarve ou a BoCA – Bienal de Arte Contemporânea.
Apesar de ter ficado pelo caminho no desejo de ser Capital Europeia da Cultura, Faro não quer deixar de apostar neste setor estratégico.
«É difícil olhar para Faro e não pensar numa cidade ou município com perspetiva de desenvolvimento baseada na cultura e na criatividade», disse Bruno Inácio, aos jornalistas.
«O processo de candidatura a Capital Europeia da Cultura veio mostrar muito isso e estas iniciativas são o espelho disso, procurando, através delas, derrubar barreiras e procurar novos públicos», acrescentou.
Uma das novidades este ano passa pelo facto de a Câmara de Faro estar a reformular o regulamento de apoio ao associativismo. Para Bruno Inácio, haverá a «possibilidade de ter apoios bienais ou trienais, a dois e três», algo que é «raro no país».

Isto traz mais «estabilidade a um conjunto de agentes profissionais que procuram uma fase de profissionalização, que é difícil de conseguir, ao passar da lógica amadora para a lógica profissional», explicou.
Depois de um 2022 difícil – o «pior» desde que é autarca – Rogério Bacalhau, presidente da Câmara, garante que este ano será «certamente melhor do que o ano passado».
«Já temos tudo organizado. Sabemos o que cada uma das entidades vai fazer e já temos o financiamento garantido para tudo isso», explicou.
O compromisso de ter 10% do orçamento municipal alocado para a cultura também continua.
«Quando dizemos que vamos ter 10% do orçamento para a cultura, as pessoas pensam que estamos a meter no Festival F, no FolkFaro, mas isto é em termos gerais: há um orçamento para a biblioteca, para o museu, para os equipamentos culturais, e nós contabilizamos isso tudo como o orçamento da cultura», concluiu o autarca.
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