Autarca há 30 anos, “dinossauro” Francisco Amaral deixa a política em 2025

Apesar de deixar a atividade política e de querer desfrutar mais da família, Francisco Amaral, de 67 anos, quer também continuar a dedicar-se à Medicina

O presidente da Câmara de Castro Marim disse, esta terça-feira, 21 de Março, à Lusa que tenciona deixar a atividade política no final do mandato, em 2025, quando cumprir 32 anos de exercício nas funções de autarca.

Francisco Amaral (PSD) recordou que, após 20 anos à frente da Câmara de Alcoutim e de ter assumido, em 2013, a presidência do município vizinho de Castro Marim, é atualmente «o autarca há mais tempo na liderança» de uma autarquia em Portugal, com três décadas de exercício consecutivo de funções e «vitórias em todos os atos eleitorais disputados».

A lei de limitação de mandatos dos presidentes de Câmara foi aprovada em 2005, mas sem efeitos retroativos, o que permitiu ao autarca, médico de profissão, manter-se em funções em Alcoutim de 1993 até 2013, ano em que concorreu com sucesso à Câmara que preside desde então: a de Castro Marim.

«Vou-me encostar às boxes, embora me andem a picar aí para [voltar a concorrer a] Alcoutim e para [ser candidato em] Vila Real [de Santo António]. Mas, neste momento, penso nos meus netos, já tenho um neto com 18 anos, que me passou ao lado, e agora tenho um com cinco anos, que não quero que me passe ao lado», respondeu, ao ser questionado se equacionava a reforma no final do terceiro e último mandato em Castro Marim.

Apesar de deixar a atividade política e de querer desfrutar mais da família, Francisco Amaral, de 67 anos, quer também continuar a dedicar-se à Medicina, a sua área de formação, e às suas atividades de lazer, a pesca e a horta, contou.

«Mas há uma coisa de que eu não me quero divorciar, que é a Medicina, quero continuar a ir às quintas-feiras ao Hospital de Faro, quero andar numa unidade móvel de saúde aí pela serra – seja serra de Castro Marim, seja serra de Alcoutim – dois dias por semana», frisou.

Desde 1999 que o autarca é médico voluntário em Medicina Geral e Familiar no Centro Hospitalar do Algarve, prestando, atualmente, também, serviço médico ao domicílio em Alcoutim e Castro Marim, ambos no extremo leste do Algarve, na fronteira com o sul de Espanha.

Francisco Amaral aproveitou para recordar o seu trajeto no município de Castro Marim, considerando que «não foi fácil» no início, devido a limitações financeiras e a uma oposição maioritária que impedia a ação do executivo.

O autarca frisou que foi depois possível «dar a volta à situação», quando pediu a demissão para forçar a realização de eleições intercalares, que devolveram ao PSD a maioria absoluta que perdera em 2013.

Agora, e apesar de ter sido sondado para concorrer a outros municípios, o decano dos autarcas portugueses revela a intenção de deixar a política no final do mandato, em 2025, quando concluir o terceiro e último mandato de quatro anos em Castro Marim.

Antes de ter sido eleito como autarca, foi médico de família no Centro de Saúde de Alcoutim, entre 1982 e 1993, tendo desempenhado também funções como deputado da Assembleia da República e membro do Comité das Regiões da Europa.

 



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