Água potável chegará a todas as aldeias de Castro Marim até 2025

Obras estão a chegar agora às povoações de Matos e Pisa Barro

O presidente da Câmara de Castro Marim estimou que as obras para levar água potável domiciliária a todas as povoações dispersas do concelho estarão concluídas até terminar o seu terceiro e último o mandato, em 2025.

Francisco Amaral (PSD) disse à agência Lusa que, após tomar posse em Castro Marim, em 2013, se apercebeu de que ainda «havia 57 montes que nem sequer tinham água potável» e onde o «abastecimento era feito através de furos não potáveis», faltando agora fazer a ligação a «meia dúzia» de aldeias que, no Verão, nem tinham água, porque os furos ficavam secos.

O autarca lembrou as «dificuldades» sentidas ao longo da sua presidência, primeiro com uma oposição interna que levaria à cisão com o PSD e posterior candidatura independente do seu antecessor no cargo José Estevens, e depois com uma maioria relativa que foi bloqueada pela oposição e que tornou a ação do executivo difícil, contou.

O presidente da Câmara de Castro Marim disse que foi possível, contudo, «dar a volta à situação», após umas eleições intercalares que devolveram ao PSD a maioria absoluta perdida e permitiram ao executivo começar a desenvolver projetos como o fornecimento de água potável aos 57 montes sem acesso a esse bem essencial.

Questionado pela Lusa sobre se o trabalho de distribuição de água nas aldeias dispersas vai estar concluído até ao final do seu mandato, em 2025, Francisco Amaral respondeu que sim e indicou que as obras estão a chegar agora às povoações de Matos e Pisa Barro.

«Estou convencido de que falta uma meia dúzia delas [povoações]. Há uma que preocupa muito, que é um monte de mais dimensão, a Cortelha, mas já encontrámos uma solução técnica e, em princípio, irá para concurso de obra dentro de pouco tempo», referiu o presidente da Câmara de Castro Marim.

Na área económica, o autarca destacou a importância da criação de quatro novos empreendimentos turísticos, com hotéis de cinco estrelas, que foram «desbloqueados após uma vintena de anos parados» por causa da crise financeira e serão «uma garantia de futuro», criando «centenas de postos de trabalho com alguma qualificação».

Um deles localiza-se no litoral (Verde Lago) e três junto ao rio Guadiana (Quinta do Vale, Corte Velho e Almada D’ouro), precisou Francisco Amaral, frisando que o primeiro, situado entre Praia Verde e Altura, é o que está mais avançado e poderá estar executado dentro de dois anos.

Sobre as razões que levaram à demora de cerca de duas décadas no desenvolvimento destes projetos, o autarca considerou que «a crise financeira que aconteceu em 2007 fez com que, de algum modo, esses empreendimentos parassem todos por completo», mas relevou o facto de esses obstáculos terem sido ultrapassados e os projetos estarem «finalmente a avançar».

Francisco Amaral destacou ainda que os empreendimentos estão a ser desenvolvidos em consonância com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve e com o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), que pertence à Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

Por outro lado, o autarca responsabilizou os mecanismos de ordenamento do território e a novas leis da «suposta defesa da floresta» como os principais causadores de despovoamento e desertificação no interior do país.

 



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