A frase foi repetida por mais do que uma vez por Nuno Fazenda. Na opinião do secretário de Estado do Turismo, o Algarve será «ainda mais forte» neste setor, que tanto peso já tem na economia na região, «com um interior mais valorizado». Para tal, garantiu, haverá um «conjunto de apoios» para projetos «de valorização turística do interior».
O governante marcou presença na conferência “O Turismo no Algarve e no Algarve interior” que se realizou na manhã desta quarta-feira, 15 de Fevereiro, na Fundação Manuel Viegas Guerreiro, em Querença (Loulé).
Um dos objetivos foi ouvir contributos e ideias para a futura Agenda para o Turismo do Interior que «está em construção».
Para Nuno Fazenda, ter mais turismo no interior do Algarve «significa ter mais diversidade, mais autenticidade, mais sustentabilidade e também mais valor».
O tema não é novo – nos últimos anos, tem havido a criação de uma série de projetos, como a aposta no cycling & walking, mas os números também não mentem: 90% da procura turística, no Algarve, está no litoral, de acordo com números apresentados pelo governante.
Vítor Aleixo, presidente da Câmara de Loulé, foi um dos oradores e defendeu mesmo que, em muitos locais, o litoral algarvio está «a atingir o limite do que é possível».
Apesar de não dizer se concorda ou não com esta afirmação, Nuno Fazenda assumiu que a «preservação e valorização dos nossos recursos turísticos, que são naturais e culturais, tem de ser assegurada».
«Garantir essa preservação é essencial, também no litoral», acrescentou.
Mas esta foi, acima de tudo, uma conferência para falar sobre o interior. Por isso, o secretário de Estado ouviu vários contributos de entidades, associações e pessoas ligadas ao turismo longe do litoral.
Foram os casos de Susana Calado Martins, presidente do Conselho de Administração da QRER – Cooperativa para o Desenvolvimento dos Territórios de Baixa Densidade, e de João Ministro, diretor da Proactive Tour, empresa turística que se dedica a caminhadas no interior algarvio.
João Ministro, por exemplo, defendeu que o interior é «fundamental» para o turismo algarvio, mas que só é possível explorar este segmento, «trabalhando com os locais»
Susana Calado Martins, por sua vez, falou sobre as dificuldades que enfrentam as pessoas que se tentam instalar no interior, nomeadamente ao nível das redes móvel e de internet.
Da parte do secretário de Estado, ficou a promessa de que o interior vai ter uma atenção especial do Governo. E como?
«Está previsto lançarmos um conjunto de apoios que permitam apoiar projetos e valorização turística dos ativos do interior: como redes de percursos, de caminhos cicláveis, de ciclovias ou caminhos pedestres», garantiu.
Segundo Nuno Fazenda, «tudo o que são projetos turísticos que possam puxar pelo interior são suscetíveis de linhas de apoio que estamos a apoiar».
Além disso, o governante disse que a secretaria de Estado está a trabalhar «numa campanha de promoção turística do interior a nível nacional, mas também regional, onde haverá espaço para abordagens específicas para a promoção dos territórios e dos produtos turísticos do interior».
Um dos painéis da manhã teve também a presença de dirigentes das principais associações algarvias ligadas ao turismo, como a AHETA e a AIHSA, onde Hélder Martins, líder da AHETA, deixou uma das ideias fortes.
Mais do que intenções, são precisas «ações» para apostar no turismo no interior do Algarve.
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