Objetivos do 1º Congresso de Medicina do CHUA foram «largamente atingidos»

Centro Hospitalar Universitário do Algarve já tem data da próxima edição marcada

Foto: CHUA

Objetivos «largamente atingidos», pontes criadas e uma nova edição já com data marcada. O 1º Congresso de Medicina do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA), que decorreu na sexta-feira e ontem, sábado, dias 24 e 25, em Albufeira, foi «um sucesso», na visão dos membros do Conselho de Administração dos hospitais algarvios.

«Os objetivos do congresso foram largamente atingidos. As discussões tiveram um nível científico muito elevado. As intervenções foram muito interessantes e podemos verificar aqui aquilo que tão bem se faz na nossa instituição», resumiu Ana Varges Gomes, a presidente do Conselho de Administração do CHUA, após a sessão de encerramento do congresso, que juntou duas centenas de participantes no Hotel Nau S. Gabriel Atlântico.

«O objetivo era mostrar aquilo que se faz diariamente no CHUA, em termos de prática e de investigação e, no fundo, partilhar o nosso trabalho diário com a comunidade científica», ilustrou.

«Por outro lado, o momento que aqui tivemos, serviu para estreitar relações quer entre profissionais da casa, quer com os profissionais de outros hospitais do país e de fora de Portugal. É desta interligação que nascem os projetos, o conhecimento e as colaborações, pelo que é um momento muito importante», acrescentou Ana Varges Gomes.

Momentos antes, Horácio Guerreiro, diretor clínico do CHUA, já havia salientado a importância da realização deste congresso como forma de «criação de pontes com instituições de prestígio nacionais e estrangeiras e afirmação do CHUA como pólo de conhecimento clínico, de investigação e de formação».

Também na sessão de encerramento, o cardiologista Manuel José Veloso Gomes foi homenageado pelo seu percurso profissional, «o qual contribuiu inevitavelmente para o engrandecimento do Hospital de Faro e, mais recentemente, do Centro Hospitalar Universitário do Algarve, assim como a sua intervenção cívica nos diversos domínios da sociedade algarvia e nacional».

Também se procedeu à atribuição do «Prémio CHUA Excelência» ao médico Miguel Cunha «pelo seu contributo enquanto primeiro autor do artigo «Environmental Effects of Surgical Procedures and Strategies for Sustainable Surgery» publicado em 2022 em revista científica com o maior fator de impacto» e prémios aos autores dos melhores pósteres em exibição durante o congresso, nomeadamente Jorge Miguel Mimoso (1° prémio), Inês Miguel (2° prémio) e Ângela Serafim (3° prémio).

«Penso que a organização está de parabéns, pois foi aqui criado um evento muito interessante», rematou a presidente do Conselho de Administração do CHUA, que revelou ainda que a próxima edição do congresso já está marcada: «Será nos dias 23 e 24 de Fevereiro de 2024».

 

Dois dias muito preenchidos

Neste primeiro Congresso de Medicina do centro hospitalar algarvio, especialistas nacionais e internacionais debateram alguns dos temas mais relevantes da prática clínica, «abordando assuntos de elevado interesse para a comunidade da Saúde, da Ciência e para a população em geral através dos vários painéis de debate, nomeadamente “Saúde da Mulher”, “Saúde da Criança”, “Medicina Cardiovascular”, “Oncologia”, “Cuidados Paliativos”, “Medicina Intensiva” e “Cirurgia”», segundo o CHUA.

O último dia foi dedicado à “Medicina Intensiva” e contou com a intervenção de Gabriel Heras, do Hospital Universitario de Torrejón, que falou sobre “Humanização nos Serviços de Medicina Intensiva”.

Ainda sobre esta temática, Cristina Granja, do Hospital de São João, deu a conhecer a “UCI sem portas”. O painel foi presidido por Daniel Nuñez, diretor do Departamento de Emergência, Urgência e Cuidados Intensivos do CHUA, e moderado por Nuno Pereira e Javier Moreno, médicos do CHUA.

O último tema em destaque no congresso foi dedicado à “Cirurgia”, dividido em duas partes, sendo o primeiro painel presidido por Joaquim Pedro Correia, diretor do Serviço de Neurocirurgia do CHUA, e moderado por Clara Romero e Lia Pappamikail, médicas do CHUA.

Neste painel, Pedro Lima, do Centro Hospitalar do Funchal, deu a conhecer as “Novas Ferramentas no Tratamento dos Tumores Cerebrais: Neuronavegação, IRM Funcional e Tractografia. Estimulação Cortical e Uso de 5-ala”.

“Traumatismos Vertebro-Medulares: passado, presente e futuro” foi o tema apresentado Joaquim Pedro Correia.

A “Abordagem por Via Laparoscópica das Hérnias da Parede Abdominal em 2023” ficou a cargo de Salvador Moralles-Conde, do Hospital Universitario Virgen del Rocio, de Sevilha.

Manuel Limbert, do Instituto Português de Oncologia, refletiu sobre a “Abordagem cirúrgica da carcinomatose peritoneal”.

O segundo e último painel dedicado à temática da “Cirurgia” foi presidido por Martins dos Santos, diretor do Serviço de Cirurgia I, e moderado por Juan Rachadell e Jorge Moleiro, cirurgiões do CHUA.

 

 

Na sexta-feira, primeiro dia do congresso, Thiago Carvalho, investigador e imunologista, proferiu a conferência inaugural, fazendo uma reflexão sobre a investigação científica fundamental e os limites da translação (Basic research and the limits of translation).

Neste primeiro dia foram debatidos temas como «Saúde da Mulher», onde Fernanda Águas, do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, falou sobre «Tecnologia e Inovação em Ginecologia». Por sua vez, neste painel, Fernando Guerreiro, do Centro Hospitalar Universitário do Algarve, abordou a temática das «Tecnologia e Inovação em Obstetrícia». A moderação do painel ficou a cargo de Virgílio Flor e Ana Paula Silva, do CHUA.

No painel «Saúde da Criança», Vânia Beliz, da Universidade do Minho, abordou a questão da «Identidade e Sexualidade na Criança e Adolescência». O painel foi presidido por Maria José Castro, diretora do Departamento da Criança, Adolescente e Família, e moderado por Maria João Virtuoso, médica do CHUA.

Scott Bowen, da School of Biomedical Sciences, University of Leeds, falou sobre «Marcadores Epigenéticos da Doença Cardiovascular». Ana Manovel, do Hospital de Huelva, abordou neste painel o tema «Exercício Físico: Benefícios e Riscos». O painel «Medicina Cardiovascular» foi presidido por Ignacio Moreno e moderado por Anabela Guedes, André Florêncio e Francisco Raposo, do CHUA.

O painel «Oncologia», presidido por Irene Furtado, do CHUA, contou com a moderação de Paulo Caldeira e Magda Cordeiro, ambos médicos do CHUA. Nuno Rama, do Centro Hospitalar de Leiria, abordou o «Tratamento Neoadjuvante no Cancro do Reto Localmente Avançado: As Novidades do TNT”.

Edgar Amorim, do CHUA, deu a conhecer o «Impacto da Criação de um Centro de Referência no Tratamento do Cancro do Recto na Região do Algarve – Experiência de 6 anos».

O primeiro dia do congresso finalizou com o painel «Cuidados Paliativos». Presidido por Luísa Arez, do CHUA, e moderado por Isabel Galriça Neto, do Hospital da Luz, Lisboa, por Giovanni Cerullo e por Lourdes Cabezuelo, do CHUA, o painel abordou a temática «Organização dos Cuidados  Paliativos: Hospice e Especialidade em Medicina Paliativa, sim ou não?», numa palestra proferida por Sebastiano Mercadante, de La Maddalena Cancer Center, em Palermo.

Begoña Garcia, da Universidade de Huelva, abordou a questão do «Processo de Morte e os Cuidados  Paliativos na Comunidade». Coube Catarina Pazes, da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos, a intervenção sobre o «Desenvolvimento dos Cuidados  Paliativos em Portugal».

Fotos: CHUA

 

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