O “Lugar 54” é em Loulé e tem drama, comédia e terror

A estreia da série, que conta com apoio do Loulé Filme Office, acontecerá «na primeira metade deste ano» na RTP Play

O espaço é sempre o mesmo. É no lugar 54 de um parque de estacionamento subterrâneo de Loulé que se passam as histórias, todas diferentes, mas com esse elo em comum. A «série inovadora», criada pelo algarvio Bernardo Lopes e por Francisco Mira Godinho, tem «drama, comédia, terror», foi gravada em Loulé e vai estrear-se na primeira metade deste ano, na RTP Play. 

Com um passado ligado ao cinema, Bernardo e Francisco sentiram que queriam algo diferente.

«Havia uma vontade conjunta de trabalharmos em televisão, de encontrarmos uma oportunidade neste mercado», começa por explicar Bernardo Lopes, ao Sul Informação, na apresentação da série que decorreu na passada semana, na Casa do Meio-Dia, em Loulé.

A ideia, à partida, também foi logo «fazer qualquer coisa diferente».

«Pensámos numa série com coisas tão específicas como um só lugar, com poucas exigências de produção, mas que pudesse ter uma linguagem diferente», acrescenta.

Uma call anual da RTP, a que os dois realizadores concorreram, materializou o sonho.

«Vimos aí a oportunidade para furar neste mercado da televisão. Esta é uma série inovadora a nível nacional – acredito que possa ser um marco, uma série que pode competir com outras americanas no que toca ao valor de produção e dos atores», diz Bernardo Lopes.

 

Francisco Mira Godinho e Bernardo Lopes – Foto: Pedro Lemos | Sul Informação

 

“Lugar 54” é, antes de tudo, uma série que não segue uma linha cronológica. Cada episódio conta «uma história diferente», em nada parecida com o anterior ou com o próximo.

O que há de transversal é que todas essas histórias se passam no mesmo lugar do mesmo parque de estacionamento.

«Temos drama, comédia, terror, crime», adianta o jovem realizador.

Para Francisco Mira Godinho, foi «um desafio tocar em cinco géneros diferentes, de uma forma que faça sentido».

Mas a série tem, para o realizador, um outro condão que a diferencia.

«Em todos os episódios, mudámos os atores e pudemos focar-nos naquilo que é importante também: a qualidade da fotografia e do som», considera.

Além das filmagens no parque de estacionamento, as únicas imagens de exterior são também todas rodadas em Loulé. Para Bernardo Lopes, natural de Quarteira, filmar no seu concelho «tem outro significado».

«Eu não me lembro de ver produções a serem feitas cá e ver agora essa dinâmica… é excelente», confessa.

A estreia já é certo que acontecerá «na primeira metade deste ano», na RTP Play, uma plataforma de streaming. Há, depois, a possibilidade de a série também passar na televisão em sinal aberto.

Mas, para Francisco Mira Godinho, a maior das vitórias nem é essa.

«Acho que a maior vitória seria, na próxima vez que uma pessoa estacionar num parque, parar e pensar: o que pode ter acontecido aqui?».

 

 

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