Vitor Picanço Mestre, artista plástico e antigo professor de Geometria Descritiva em Faro, morreu esta terça-feira, dia 7 de Fevereiro, no Hospital de Faro, onde se encontrava internado há semanas, na sequência de um AVC. O funeral decorre hoje, quarta-feira, às 16h00, no crematório do Cemitério Novo de Faro.
O desaparecimento do artista de 88 anos, natural de Tavira, motivou várias manifestações de pesar nas redes sociais, nomeadamente da parte de membros da Tertúlia Farense, grupo informal de cidadãos de Faro do qual Vítor Picanço Mestre era um dos membros mais ativos.
Fernando Leitão Correia, principal dinamizador da Tertúlia, recorda «uma personalidade única, homem bom e um grande amigo que parte».
Também foi recordada uma publicação de Paulo Cunha, de 2015, em que o professor de música e cofundador da Associação Música XXI falava do «privilégio» de ter ficado sentado ao lado do «amigo e antigo professor de Geometria Descritiva, Vítor Picanço Mestre. Sabendo que depois da aposentação se dedicou ainda mais à sua criatividade, expressa na escultura, perguntei-lhe se continuava a produzir arte, ao que me respondeu que, apesar de todas as partidas que a vida lhe tem pregado em termos de saúde, teima em continuar, pois parar é a “morte do Artista”».
«”Vou fazer 81 anos e não consigo entender como há pessoas bem mais novas que eu, que me dizem constantemente já não ter idade para fazer isto ou aquilo… Eu finto a idade e é esse o meu segredo!”», disse, na altura, o artista plástico, segundo Paulo Cunha.
Natural de Tavira, Vítor Picanço Mestre licenciou-se em Escultura pela Escola de Belas Artes de Lisboa. Tirou o curso trabalhando em arquitetura, urbanismo, topografia e dando explicações de Geometria Descritiva. Foi bolseiro da Gulbenkian. Lecionou Educação Visual, Geometria Descritiva e Oficina de Artes durante 28 anos em várias escolas e paralelamente dedicou-se à escultura.
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