Três vítimas, duas das quais sofreram o primeiro abuso no Algarve, e duas pessoas abusadoras, ambas membros do clero. Estes são alguns dos dados relativos ao Algarve que constam do relatório da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica, ao qual o Sul Informação teve acesso.
A comissão validou 512 testemunhos de vítimas, em todo o país, das quais oito vivem atualmente no distrito de Faro: quatro em Faro, três em Albufeira e uma em Loulé.
A análise por diocese que consta do relatório aponta para três vítimas e duas pessoas abusadoras no Algarve. Neste caso, ambos os agressores são membros do clero.
O relatório também dá conta da distribuição geográfica da ocorrência do primeiro abuso. Aqui, são apontados dois casos no Algarve, um em Faro e o outro em Lagoa.
Estes números são apenas uma estimativa. A nível nacional, os 512 testemunhos validados são relativos a um mínimo de 4.815 vítimas, segundo revelou o pedopsiquiatra Pedro Strecht, o coordenador da comissão, numa conferência de imprensa que teve ontem lugar em Lisboa.
O mesmo responsável anunciou que, desses 512 testemunhos validados, 25 casos foram enviados pela Comissão para o Ministério Público.
A comissão, que começou a recolher testemunhos em 11 de Janeiro de 2022, apresentou o relatório de um ano de trabalho e que incidiu sobre o período desde 1950.
Além de Pedro Strecht, a comissão independente é constituída pelo psiquiatra Daniel Sampaio, pelo antigo ministro da Justiça e juiz conselheiro jubilado Álvaro Laborinho Lúcio, pela socióloga e investigadora Ana Nunes de Almeida, pela assistente social e terapeuta familiar Filipa Tavares e pela cineasta Catarina Vasconcelos.
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