Uma nova apreensão de cerca de 8,6 toneladas de haxixe, que decorreu esta quinta-feira, 2 de Janeiro, mostra que há «um incremento» do transporte de droga ao largo do Algarve, «realidade» à qual as autoridades garantem estar «atentas».
As declarações são de Fernando Jordão, diretor da Polícia Judiciária (PJ) de Faro, e foram feitas aos jornalistas na tarde desta quinta-feira, no Porto Comercial de Faro.
Segundo este responsável, o aumento do transporte «deste tipo de droga não é normal, mas é uma realidade». Ainda no passado sábado, 28 de Janeiro, houve uma apreensão semelhante, também de haxixe (4,5 toneladas) ao largo do Algarve.
«Penso que as autoridades ao estarem mais atentas também detetam mais casos», realçou Fernando Jordão.
Em relação à apreensão de hoje, Santos Pereira, comandante da Zona Marítima do Sul, explicou que um avião da Força Aérea Portuguesa (FAP) começou por identificar uma primeira embarcação, a cerca de 70 milhas da costa, «carregada» de droga.

Mais tarde, cerca de três horas depois, a Polícia Marítima detetou uma outra lancha semirrápida, a cerca de 80 milhas, também com haxixe.
A zona já é conhecida das autoridades, uma vez que «frequentemente são lá localizadas embarcações deste tipo».
No total, foram apreendidas 8,6 toneladas de haxixe e detidos oito homens, com idades entre os 34 e os 40 anos.
Segundo Fernando Jordão, os indivíduos são «de nacionalidade marroquina e espanhola».
Questionado sobre se estas pessoas têm alguma relação com as outras apreensões de droga que têm acontecido ao largo do Algarve, o diretor da PJ explicou apenas que há «várias redes que se dedicam ao transporte de haxixe de Marrocos para a nossa costa».
«O que estas redes fazem é aproveitar a oportunidade, com apoio em terra, para fazer descarregamentos e aí tanto pode ser em Portugal, como em Espanha», explicou.

De resto, segundo Fernando Jordão, uma quantidade tão grande de droga não teria «apenas como destino o mercado português».
«Estamos a falar de um mercado mais alargado, europeu», vincou.
O certo é que há atualmente «uma preocupação muito grande [das autoridades] e um conhecimento do modus operandi destas redes para fazer estes descarregamentos», garantiu Fernando Jordão.
Bernardo da Costa, porta-voz da Força Aérea Portuguesa, vincou que esta operação, na qual o avião da FAP voou a uma «altura furtiva», sem ser identificado, mostrou como «há procedimentos, rotinas, conhecimentos e tecnologia» que permitem o desfecho positivo deste tipo de ações.
«Com tudo isto aliado, estão reunidas as condições para que situações como esta aconteçam mais vezes», concluiu.
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