APFertilidade contesta atraso na abertura do centro de procriação medicamente assistida do Algarve

Inauguração do centro no distrito de Faro estava prevista para Janeiro

A Associação Portuguesa de Fertilidade (APFertilidade) manifestou-se hoje, 14 de Fevereiro, preocupada pelo atraso na abertura do centro de procriação medicamente assistida no Algarve, considerando «inadmissível» que os utentes tenham de percorrer centenas de quilómetros para terem acesso a tratamentos básicos.

«[…] Mais de um mês após a data prevista para a sua abertura, não há qualquer indicação de pedido para funcionamento junto do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida ou de alterações a nível de infraestrutura e recursos humanos para que se torne uma realidade», apontou a APFertilidade em comunicado.

De acordo com a presidente da associação Cláudia Vieira, citada no documento, a inauguração do centro no distrito de Faro estava planeada para Janeiro, «mas não aconteceu», não existindo qualquer declaração do Ministério da Saúde para justificar o atraso na abertura do centro do sul.

Para a responsável, é «inadmissível que existam beneficiários do Serviço Nacional de Saúde obrigados a percorrer centenas de quilómetros para terem acesso a cuidados e tratamentos que constituem direitos básicos de qualquer contribuinte».

«As mulheres e casais que se agarraram à esperança de deixarem de se deslocar várias centenas de quilómetros para serem ajudados sentem-se desiludidos com o que consideram ter sido uma falsa expectativa, como muitos confessaram à APFertilidade por telefone ou email», refere Cláudia Vieira.

A associação lembra que foi o então secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, quem no ano passado anunciou a inauguração em Janeiro de 2023 do centro de procriação medicamente assistida do Algarve no Centro Hospitalar Universitário do Algarve.

Para a APFertilidade, existe «falta de vontade dos sucessivos Governos e a inexistência de um orçamento realista para esta área da saúde».

«As pessoas que enfrentam este problema têm o direito a receber o apoio para o qual contribuem com os seus impostos. Esta negligência existe há demasiado tempo e estes beneficiários merecem o devido respeito», lê-se na nota.

A APFertilidade adianta que as suas preocupações foram já manifestadas aos grupos parlamentares do PS, PCP, Livre e Chega, os quais informaram que «iriam questionar a tutela para saber se existem prazos para que o centro [do sul] se torne uma realidade».

 



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