Uma semana no «pequeno paraíso» chamado Culatra em trabalho para mais um álbum

Os Gala Drop estiveram em residência artística na Ilha da Culatra, onde esperam voltar em breve

Foto: Mariana Carriço | Sul Informação

Longe do barulho, da agitação do dia a dia nas grandes cidades e focados no trabalho, os Gala Drop encontraram na Ilha da Culatra um «pequeno paraíso» ideal para compor.

Esta não é a primeira vez que a banda lisboeta, fundada em 2006, e atualmente composta por Afonso Simões (bateria e percussões), Nelson Gomes (teclados) e Rui Dâmaso (baixo elétrico), está em residência artística no Algarve, mas, na ilha da Culatra, encontraram um espírito que nunca tinham vivenciado.

«Tem sido diferente de Castro Marim, porque lá estivemos mesmo isolados, numa quinta, aqui estamos inseridos numa comunidade, o que, a meu ver, tem bastante interesse», refere Afonso Simões, que sempre viu as ilhas-barreira do Algarve como «algo que vivia na imaginação da infância». «Toda a gente me dizia que era espetacular, mas nunca ninguém me disse que havia aqui uma comunidade e tem sido muito fixe».

Ainda assim, em momento algum a vizinhança se queixou do barulho. «As pessoas são pouco intrusivas e não reclamaram de nada. Receber turistas aqui parece-me o normal e, por isso, acho também que as pessoas não estranharam e abraçaram a nossa presença e o nosso barulho», continua o artista.

 

Foto: Mariana Carriço | Sul Informação

 

Durante uma semana, nesta residência artística, promovida pelo Teatro Municipal das Figuras (TMF), a banda comprometeu-se a «terminar o trabalho iniciado em Castro Marim para dar forma ao próximo disco».

O que ninguém esperava é que, desta semana, resultasse produto para quase um álbum completo, mas, como se vê, «as residências artísticas têm destas coisas».

«É uma semana em que estamos só focados na música e isso é muito bom», diz Rui, para quem as residências artísticas de bandas são «uma certa novidade».

«Comparativamente com a experiência que tenho do teatro e da dança, que é o que faço além da banda, desde sempre vi que tinham acesso a residências e para os músicos eu estou a ver isso como uma novidade e estou extremamente agradecido», continua.

«Esta alternativa permite-nos ser mais eficientes e céleres a fazer música, porque, com a vida que temos, é complicado encontrarmos esta disponibilidade», diz ainda Nelson.

Esse foi, aliás, um dos objetivos que levou o TMF a promover estas residências artísicas.

«Esta ideia surgiu logo em 2017 e, no fundo, consiste em mostrar um espaço que é único, que são as ilhas-barreira, e que tem esta potencialidade de permitir que os artistas possam criar num sítio pacato, com a natureza muito presente, e que lhes permite esta possibilidade de se alienarem do mundo e da normalidade que os rodeia», explica Gil Silva, diretor do TMF, ao Sul Informação.

 

Foto: Mariana Carriço | Sul Informação

 

A iniciativa é financiada pelo Teatro, ao nível de alojamento e habitação, e «tem corrido muito bem». «As pessoas que têm vindo para as residências têm gostado bastante», frisa Gil, acrescentando que esta é também uma oportunidade para «dar a conhecer um outro Algarve que muitas vezes é desconhecido, fora do circuito normal do turismo».

Quando o Sul Informação visitou a casa onde a banda esteve a trabalhar, tinha acabado de ser lançada uma nova música, “Sons Infinitos”, o resultado de uma outra residência artística, em Braga.

Agora, com o trabalho aqui desenvolvido, «o compromisso é começar a dar-lhe estrutura para ver se ainda conseguimos gravar este ano um novo disco», revela Nelson, frisando que seria um prazer realizar uma tournée pelas ilhas algarvias.

Entre conversas, houve ainda tempo para conhecer duas das músicas totalmente idealizadas na ilha, às quais foram dados os nomes de “Culatra” e “Levante”, e que os Gala Drop esperam poder levar por esse país e mundo fora.

Com uma experiência assumida em concertos internacionais, a banda refere que, após a Covid, se tem concentrado mais nos concertos nacionais. Aqui, no Algarve, têm já um espetáculo agendado para Julho, mês em que vão atuar no “Figuras à Rampa”.

A apenas dois dias de regressarem à capital, a banda confessou a vontade de ficar mais tempo e a esperança de em breve poder voltar.

 

Fotos: Mariana Carriço | Sul Informação

 

Leia mais um pouco!
 
Uma região forte precisa de uma imprensa forte e, nos dias que correm, a imprensa depende dos seus leitores. Disponibilizamos todos os conteúdos do Sul Infomação gratuitamente, porque acreditamos que não é com barreiras que se aproxima o público do jornalismo responsável e de qualidade. Por isso, o seu contributo é essencial.  
Contribua aqui!



Comentários

pub